Colegas palestinos do fotógrafo peruano seqüestrado nesta semana na Faixa de Gaza exigiram sua libertação na quarta-feira, dizendo que a saúde dele está em perigo porque ele precisa de medicamentos para o coração. Sakher Abu El Awn, gerente da sucursal da Agence France Presse (AFP) em Gaza, disse que Jaime Razuri, 50 anos, tomava vários medicamentos, inclusive para problemas cardíacos. Ele foi sequestrado na segunda-feira em frente à sucursal.
"Acreditamos que sua vida está em sério risco e pedimos a seus sequestradores que o libertem imediatamente'', disse Abu El Awn à Reuters. "Ele está sem remédios há três dias. Deveria estar sob dieta rígida, por causa da sua condição de saúde.''
Vários jornalistas e agentes humanitários estrangeiros foram sequestrados de um ano para cá em Gaza. Todos foram libertados ilesos, a maioria após um ou dois dias.
Ninguém assumiu a responsabilidade pela captura de Razuri, e todas as facções militantes condenaram o incidente.
Uma importante autoridade palestina de segurança disse, sob anonimato, ter aconselhado todos os estrangeiros a deixarem a Faixa de Gaza, "devido à possibilidade de mais seqüestros''.
Normalmente, os sequestros servem para pressionar a Autoridade Palestina a dar empregos a membros das facções ou a libertar militantes presos.
As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado da facção Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, disse estar cooperando com as forças de segurança na busca pelo peruano.
"Os seqüestradores do jornalista, sejam quem forem, devem libertá-lo agora'', disse o porta-voz Abu Qusai.
Colegas de Razuri foram às rádios palestinas pedir publicamente a libertação dele.
Em outubro, em dois incidentes separados, um agente humanitário espanhol e um fotógrafo a serviço da agência Associated Press foram sequestrados durante horas.
Em agosto, dois jornalistas da TV americana Fox News passaram duas semanas em cativeiro.
Há relatos de que no passado os extremistas pediram resgate em dinheiro pelos reféns, mas não se sabe se efetivamente houve pagamentos.