Cerca de 75% da população paraguaia acredita que o país vai melhorar com o governo do ex-bispo Fernando Lugo, eleito dia 20 de abril e empossado hoje (15), em Assunção, depois de 61 anos de hegemonia da Aliança Nacional Republicana Partido Colorado. É o que mostra uma pesquisa realizada pela consultoria paraguaia First Analysis, segundo informações da BBC Brasil. Além disso, quase 60% das pessoas consultadas esperam que os resultados apareçam num período inferior a dois anos.
Segundo o diretor da First Analysis, Francisco Capli, a pesquisa que ouviu mil pessoas em todo o país, mostra que as prioridades dos paraguaios são saúde, educação e emprego. No entanto, cumprir as promessas de campanha é um desafio para Lugo, uma vez que ele não tem maioria no Congresso e há disputas internas na coalizão que o elegeu. Para alguns analistas, Lugo terá de negociar tanto com a oposição quanto dentro do próprio governo para conseguir aprovar reformas.
Atualmente, os setores prioritários para o novo governo passam por problemas bastante complicados. Para Francisco Capli, o sistema de saúde é um desastre, pois faltam hospitais e serviços de emergência. Na educação, cerca de 65% da população estudou por somente cinco anos. Já no setor de emprego, os cálculos indicam um crescimento do subemprego no último governo de 22% para 26%.
Na pesquisa da First Analysis, o combate corrupção não aparece com tanto destaque quanto saúde, emprego e educação. A corrupção é um problema muito debatido no país, pela imprensa, mas as pessoas querem é solução para problemas mais urgentes, disse Capli.
Segundo o consultor, o governo de Lugo começa com uma imagem muito positiva e a aceitação de cerca de 90% da população. A posse é considerada o início de uma nova fase na transição democrática do país, com alternância de poder. A transição começou em 1989, quando o general Alfredo Stroessner, da ANR, foi derrubado depois de 34 anos na Presidência. No entanto, apesar da democratização, o governo permaneceu nas mãos do Partido Colorado.
O ex-bispo católico, identificado com movimentos sociais de esquerda, obteve uma vitória histórica ao derrotar a candidata colorada, Blanca Avelar. Lugo foi eleito como representante de uma coalizão criada para fazer frente aos colorados, a Aliança Patriótica para a Mudança (APC, na sigla em espanhol), que reúne desde o Partido Liberal (PLRA), o mais tradicional do Paraguai ao lado do Partido Colorado, até pequenas siglas e movimentos de esquerda.
Segundo analistas, apesar da identificação do novo presidente com a esquerda, ele foi eleito por seguidores de diversas ideologias, que tinham como objetivo comum o desejo de mudança no governo.
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