Equipamento para raio-X de veículos instalado na fronteira leste da Polônia (dezembro de 2016). Empresa ligada ao regime chinês é responsável por dispositivos de segurança em países europeus| Foto: EPA/ARTUR RESZKO
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Scanners e equipamentos de segurança de uma empresa chinesa com profundas ligações com o Partido Comunista da China e as forças armadas do país estão instalados em algumas das áreas mais sensíveis do mundo, como portos e aeroportos na Europa e até no Fórum Econômico de Davos, noticiou a Associated Press.

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A empresa Nuctech já foi impedida de atuar nos Estados Unidos, devido a preocupações de segurança, mas já fez acordos para instalar os seus dispositivos em 26 das 27 nações da União Europeia, de acordo com levantamento feito pela agência de notícias.

Autoridades de segurança de países ocidentais temem que os equipamentos possam ser usados pela China para sabotar pontos de trânsito importantes ou ter acesso ilícito a dados de governos, indústrias ou indivíduos a partir de itens que passem pelos dispositivos da empresa.

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Críticos alegam que Pequim subsidiou essa empresa para que ela saísse à frente dos competidores e, assim, o regime chinês tivesse acesso a infraestrutura crucial no Ocidente.

As autoridades ocidentais alertam que esses equipamentos processam dados muito sensíveis, pessoais, militares ou de cargas. "Você fica dependente de um ator estrangeiro, que é um adversário geopolítico e rival estratégico", disse à AP Bart Groothuis, membro do Parlamento Europeu e ex-diretor de cybersegurança do Ministério da Defesa holandês.

A Nuctech nega as alegações, dizendo que todas as suas operações europeias obedecem às leis locais, incluindo as de segurança e privacidade.

A empresa também fabrica detectores de explosivos e dispositivos interconectados usados para reconhecimento facial, medições de temperatura corporal ou outras formas de identificação.

O risco, segundo os críticos, é de que a Nuctech tenha que ceder a possíveis pedidos de Pequim por dados sensíveis sobre cargas, pessoas ou dispositivos que passem por seus scanners, já que as leis de inteligência na China exigem que as empresas entreguem dados requisitados pelas agências de segurança nacional. Eles dizem que, dessa forma, Pequim poderia aproveitar a presença da empresa na Europa para recolher dados sobre fluxo de fronteiras e até mesmo sabotar o fluxo comercial na região em caso de conflito.

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Os Estados Unidos incluíram, em dezembro de 2020, a Nuctech em uma lista para restringir as exportações da empresa ao país, por questões de segurança. A TSA, agência federal que administra a segurança de transportes no país, disse à AP que os produtos da empresa chinesa "não têm autorização para serem usados no monitoramento de passageiros, bagagens, propriedades ou carga aérea nos EUA".

Segundo a reportagem, a empresa tem conquistado espaço na Europa por meio de ofertas em licitações de preços muito baixos que os competidores não podem cobrir, às vezes de 30% a 50% menores do que os dos rivais.

A Nuctech diz que já forneceu equipamentos para mais de 170 países. A empresa diz que, em 2019, instalou mais de mil dispositivos de verificação de segurança na Europa para alfândegas, aviação civil, portos e organizações governamentais.

Isso inclui equipamentos de segurança de fronteira de quatro dos cinco países da Otan que fazem fronteira com a Rússia (Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia). Os dois maiores portos europeus, de Roterdã e Antuérpia, também usam equipamentos da Nuctech, assim como aeroportos de mais de uma dúzia de cidades, incluindo Londres, Bruxelas, Amsterdã e Zurique.

A Nuctech informou que forneceu equipamentos de segurança para as Olimpíadas realizadas no Brasil, em 2016.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]