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Candidatos formam fila para fazer entrevistas de emprego em feira de Manhattan, em Nova York. Evento teve a presença de centenas de pessoas | John Moore/AFP
Candidatos formam fila para fazer entrevistas de emprego em feira de Manhattan, em Nova York. Evento teve a presença de centenas de pessoas| Foto: John Moore/AFP

"A economia americana tem a seu favor uma configuração bem diversificada e razoavelmente capilarizada. (...) Cortar gastos acentuaria os problemas de curto prazo e taxar os mais ricos inibiria o investimento."

Daniel Poit, economista e professor da Faculdade Estácio de Curitiba.

"A economia dos Estados Unidos, apesar de não estar próspera como era na segunda metade do século 20, continua no centro do sistema internacional."

Carlos Magno Vasconcelos, professor de Economia no Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba).

"Para o Brasil o efeito será ruim, pois a nossa indústria perdeu muito da competitividade e certamente sofrerá também a competição com os produtos americanos."

Daniel Poit, economista e professor da Faculdade Estácio de Curitiba.

"Os Estados Unidos, sozinhos, não teriam impacto na economia brasileira. Mas o Brasil poderia sentir os efeitos [do "abismo fiscal" americano] por meio da China."

Carlos Magno Vasconcelos, professor de Economia no Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba).

US$ 16 trilhões é a dívida pública americana, superior ao Produto Interno Bruto, de US$ 15 trilhões.

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O presidente Barack Obama e a oposição no Congresso dos Estados Unidos negociam uma saída para o entrevero econômico do país que analistas batizaram de "abismo fiscal". Mas pouco se fala, até o momento, dos efeitos que o aperto americano poderá ter no resto do mundo. E no Brasil.

A discussão vem se desenvolvendo há semanas sobre a ideia de cair ou não cair no tal abismo, mas, na verdade, a descida é inevitável. A questão parece ser como ela será feita. A dificuldade tem sido encontrar um meio-termo entre taxar os ricos como quer Obama e cortar gastos públicos como querem os republicanos.

"A entrada dos EUA no ‘abismo fiscal’ já ocorreu", diz o Daniel Poit, economista e professor da Faculdade Estácio de Curitiba. "A decisão que está para ser tomada é a escolha da forma como será resolvido esse débito. Na minha opinião, eles tentarão preservar o nível de atividades da economia americana."

A situação dos EUA é como a de alguém que está endividado até o osso, com cheque especial e cartões de crédito estourados. Porque tem pouco dinheiro para pagar as contas, precisa cortar gastos e tentar parcelar o que deve.

A tentativa americana de saldar débitos envolve renegociar títulos da sua dívida, sobretudo aqueles em poder da China. "Será uma negociação longa e ocupará por alguns meses as páginas de economia da imprensa internacional, provocando oscilações acentuadas nos mercados de capitais", explica Poit.

O papel da China na história toda é central. Carlos Magno Vasconcelos, professor de Economia no Centro Universitário Curitiba (Uni­Curitiba), diz que os efeitos abismais serão sentidos no Brasil por meio dos chineses. "Os EUA, sozinhos, não teriam impacto direto na economia brasileira", diz Vasconcelos. Grosseiramente explicando, se os americanos comprarem menos dos chineses, estes acabarão comprando menos do Brasil e do resto do mundo.

"A nossa indústria perdeu muito da competitividade e certamente sofrerá também a competição com os produtos americanos", diz Daniel Poit. "No plano institucional, deve haver maior pressão pela privatização de serviços públicos, frente ao interesse de investidores americanos."

Para Vasconcelos, o Brasil já sente os efeitos da crise e isso fica claro nas dificuldades de sustentar a expansão econômica do país.

Cabo de guerra

"Abismo fiscal" é a crise provocada pelo fim de isenções tributárias em vigor na última década e os cortes drásticos na Defesa e em programas federais.

31

Se não houver acordo entre o governo Obama e a oposição republicana quanto a um ajuste equilibrado das contas, até o dia 31 de dezembro, os EUA enfrentarão cortes drásticos e genéricos na Defesa e nos programas sociais do governo. Tais cortes foram estipulados em 2011 como salvaguarda para o caixa e a credibilidade externa dos EUA.

Duro

Na última semana, o presidente Obama endureceu o tom nas negociações com os republicanos do Congresso. O acordo pode vir nesta semana, segundo o democrata, se os rivais políticos aceitarem o aumento de impostos para os mais ricos.

Jogo

"Quero mandar uma mensagem muito clara: nós não vamos jogar esse jogo no ano que vem", disse Obama, se referindo à "má estratégia" dos republicanos de arrolar a negociação até o ano que vem para colocar pressão sobre o governo.

Fonte: Folhapress.

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