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Presidente Dilma Rousseff deu prazo para os americanos apresentarem “medidas necessárias” para contornar a crise gerada por denúncias de espionagem | Ueslei Marcelino/Reuters
Presidente Dilma Rousseff deu prazo para os americanos apresentarem “medidas necessárias” para contornar a crise gerada por denúncias de espionagem| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ida de chanceler a Washington é "simbólica"

Apesar de não haver expectativa de que haja anúncios de impacto durante a visita do chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, ela terá um caráter simbólico importante, observou Peter Hakim, do Inter-American Dialogue.

"Essa é a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro aos Estados Unidos desde Fernando Henrique Cardoso e a única programada pela Casa Branca para este ano", ressaltou. Esse tipo de visita está no topo da escala de relações diplomáticas entre os países e, no caso americano, é marcada por um "jantar de Estado" na Casa Branca com o presidente e a primeira-dama. Segundo Hakim, o adiamento da visita de Dilma pode se tornar inevitável se os americanos não apresentarem explicações suficientes sobre as ações da NSA no Brasil ou se novos documentos forem revelados.

"O cancelamento seria muito ruim para ambos", disse Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center.

6 chefes de Estado foram convidados a visitar a Casa Branca desde o início do governo de Barack Obama, em 2009: Grã-Bretanha, China, Índia, Canadá, México e Israel.

O eventual cancelamento da visita de Dilma Rousseff aos Estados Unidos no próximo mês teria impacto negativo para os dois lados e prejudicaria o processo de fortalecimento da relação bilateral em andamento desde o início da gestão da presidente, em 2011, avaliam especialistas ouvidos pela Agência Estado.

A tentativa de viabilizar a viagem teve um capítulo crucial ontem, com o encontro do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, em Washington. O objetivo era ouvir do lado americano explicações sobre as atividades da Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês) dentro do Brasil e seu monitoramento de comunicações da presidente e da Petrobras.

Em encontro com Barack Obama na Rússia na semana passada, Dilma havia dado o prazo até ontem para que os americanos apresentassem "medidas necessárias" para contornar a crise e criar condições políticas para viabilizar a viagem, marcada para o dia 23 de outubro.

Refém

"Os governos do Brasil e dos Estados Unidos precisam decidir se vão deixar que o diálogo bilateral continue a ser refém de um jornalista, que poderá divulgar novas informações quando quiser", afirmou Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center, em referência a Glenn Greenwald, colunista do britânico The Guardian que divulgou documentos sobre a inteligência americana em poder do ex-técnico da CIA Edward Snowden.

Reunião

Dez dias após a denúncia de que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) espionou a presidente Dilma Rousseff e seus auxiliares, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, seria recebido ontem pela conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. No encontro em Washington, marcado para 18 horas (horário de Brasília), o chanceler ouviria as explicações do governo americano sobre o monitoramento realizado no Brasil, como foi prometido por Obama a Dilma.

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