Em março, Mauricio Macri fez uma promessa que provocou forte debate. O prefeito e candidato opositor assegurou que se for eleito terminará com as fortes restrições aplicadas pelo governo de Cristina Kirchner no mercado cambial, o chamado cepo ou corralito verde. Foi sua primeira promessa de campanha e fez bastante sucesso.
- A partir de dezembro vão sobrar dólares na Argentina - afirmou o candidato, acusado de irresponsabilidade pelo ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, ligado ao peronista Sergio Massa.
O prefeito de Buenos Aires está convencido de que seria capaz de atrair novos investimentos e com isso recuperar a confiança perdida nos mercados internacionais e conseguir os dólares necessários para acabar com o corralito verde.
Seus assessores asseguram que Macri pretende buscar uma solução ao conflito com os chamados fundos abutres, que estão litigando contra a Argentina em tribunais americanos. Também seriam reavaliadas as reestatizações e expropriações de empresas, principalmente a das Aerolíneas Argentinas.
- Algumas empresas como a YPF estão funcionando bem, outras não. Em cada caso, avaliaríamos a melhor alternativa - comentou um colaborador.
Macri quer recompor a relação do país com o mundo, começando pela região:
- Temos de melhorar a relação com o Brasil, é um passo essencial. Queremos relações construtivas com todos os países, mas sobretudo com o Brasil. Sou um admirador do Brasil. Devo ser o único argentino ou um dos poucos que, quando a Argentina perde numa Copa, torço pelo Brasil.
Outros dos pontos fortes de sua proposta de governo é defender a independência da Justiça; manter subsídios sociais importantes, mas com a ideia de aumentar a criação de empregos e diminuir, paulatinamente, medidas consideradas paliativas; construir uma visão mais ampla sobre direitos humanos, sem deixar de promover o avanço de processos na Justiça sobre crimes da ditadura.
Em Buenos Aires, Macri é acusado por opositores de comandar um governo de visão empresarial, que priorizou grandes obras de infraestrutura e descuidou questões essenciais, como saúde, educação e cultura. O candidato nega e afirma ter melhorado escolas e hospitais. Mas sua maior força, sem dúvida, são as reformas no trânsito.