O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que apoiaria a possível entrada do Brasil, da China e da Índia no G8, o grupo das nações mais ricas do mundo, se os demais países do grupo quiserem assim.
A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva que marcou o início oficial dos trabalhos da cúpula anual do G8, que neste ano ocorre na Rússia pela primeira vez, na cidade de São Petersburgo.
"Se nossos parceiros considerarem possível colocar essas questões na prática, então claro que nós apoiaríamos decisões desse tipo", disse Putin ao responder se apoiava a ampliação do grupo.
"É difícil imaginar resolver efetivamente problemas econômicos, financeiros e energéticos sem economias que estão se desenvolvendo tão rápido como as de China ou Índia. E é certamente verdade que o líder do desenvolvimento, o mais poderoso e promissor país do continente americano, é o Brasil", afirmou.
Putin sugeriu, porém, que isso não deve ocorrer de imediato e que uma discussão nesse sentido no curto prazo seria "inapropriada".
De G8 a G13
Na última semana, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, defendeu em um artigo a transformação do G8 em G13, incorporando definitivamente os países em desenvolvimento convidados Brasil, Índia, China, México e África do Sul.
No sábado, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse que o Brasil aceitaria um convite para se incorporar ao grupo, mas que isso não é uma reivindicação do governo brasileiro.
Lembrando que a própria incorporação da Rússia ao grupo, em 1998, quando o então G7 se transformou em G8, aconteceu após vários anos de negociações, Amorim disse que a entrada do Brasil não ocorreria, de todo modo, no curto prazo.
Ao comentar a possível entrada de novos países no grupo, Vladimir Putin lembrou que "a Rússia entrou no G8 há não muito tempo e está ocupando a Presidência do grupo pela primeira vez".
Crise no Líbano
A reunião do G8 estava com uma pauta variada, onde a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio era um dos destaques, mas a crise no Oriente Médio tornou-se a questão mais importante.
Os países do G8, o grupo dos países mais ricos do mundo, está dividido em relação à crise no Oriente Médio.
Os Estados Unidos seguem apoiando Israel e as operações militares conduzidas por Jerusalém contra o grupo militar islâmico Hezbollah.
"Como nação soberana, Israel tem todo o direito de se defender das atividades terroristas do Hezbollah", afirmou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, depois de um encontro com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
Para Bush, o problema começa nas relações entre o Hezbollah e o Irã e a Síria. Opondo-se à posição americana, França e Rússia condenam as manobras israelenses.
O presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu que Israel teria outros motivos para atacar o Líbano além do simples retorno dos soldados capturados no início desta semana.