O eloquente presidente da Venezuela, Hugo Chávez, admitiu na terça-feira algo que para muitos já era óbvio: sua necessidade de falar.
O presidente, que costuma dedicar várias horas por semana aos seus discursos, contou que desobedeceu aos médicos que lhe mandaram ficar quieto por alguns dias, devido a uma amigdalite.
- Recomendaram que eu não falasse por três dias, e eu falei: morro, se não falo morro - disse ele, entre risos, ao começar um discurso para estudantes no noroeste do país.
Durante a cerimônia, ele teve de interromper um canto devido à dor de garganta.
Chávez, cujos longos discursos são comparados por adversários aos do cubano Fidel Castro, disse que está tomando "antibióticos duros" para se curar.
- Já quase derrotamos a amigdalite, mas a verdade é que o médico me disse que não, não poderia falar por três dias. Eu disse: 'O senhor está louco, doutor, vou morrer, assim é de verdade, eu morro'.
Em 2005, o então ministro da Informação, Andrés Izarra, disse que o presidente ocupava em média cerca de 40 horas semanais de programação de rádio e TV com seus discursos e solenidades.
O prato forte das suas aparições é o programa dominical "Alô, Presidente!", em cadeia de rádio e TV, que serve para o presidente alardear seus projetos e as conquistas da sua "Revolução Bolivariana". Às vezes, o programa dura quase oito horas.
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