A causa argentina para que o Reino Unido aceite sentar-se para discutir a soberania das Ilhas Malvinas ganhou um defensor famoso: o ator norte-americano Sean Penn. Após visita à presidente Cristina Kirchner, nesta segunda-feira (13), Penn opinou que o conflito deve ser solucionado por meio de negociações diplomáticas com o Reino Unido. "O enfoque para solucionar o conflito entre a Argentina e o Reino Unido deve ser o diálogo, já que o mundo não pode tolerar focos ridiculamente arcaicos que apontem a continuidade do colonialismo", disse o ator, em entrevista aos jornalistas que cobrem a Casa Rosada.
Sean Penn visitou a Argentina como embaixador itinerante do Haiti, pelo trabalho comunitário que realiza na reconstrução daquele país devastado por um terremoto em 2010. Penn foi nomeado para o cargo há um mês. "Embora eu esteja aqui como embaixador representante do Haiti, queria aproveitar a oportunidade para destacar o importante que é continuar com os esforços diplomáticos e com as comunicações como única maneira de solucionar a disputa" travada entre os dois países pela soberania do arquipélago.
Acompanhado pelo chanceler argentino, Héctor Timermann, o ganhador do Oscar de melhor ator em 2003 e em 2009 e de vários outros prêmios internacionais, destacou que "foi um grande privilégio manter uma reunião com a presidente Kirchner". A declaração de Penn foi feita em um contexto de escalada da tensão entre a Argentina e o Reino Unido, próximo ao aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas, no dia 2 de abril. A Argentina insiste em que a Grã Bretanha se sente a negociar a soberania das Ilhas, mas os ingleses reiteram que o assunto não está em negociação.
O chanceler Timerman informou que o governo argentino vai formalizar, por escrito, a aceitação da mediação da Organização das Nações Unidas (ONU) no conflito com o Reino Unido. A oferta de mediação foi feita pela ONU na sexta-feira (10), após denúncia que Timerman apresentou sobre o aumento da presença militar inglesa no arquipélago. "O governo argentino aceita a mediação com o objetivo de buscar uma solução pacífica através do diálogo", disse a chancelaria.
O anúncio sobre a decisão ocorreu no mesmo dia que o jornal inglês The Mirror publicou informação de que dois aviões de guerra TAF Typhoons escoltaram um jato particular que pousou nas Ilhas Malvinas. Segundo o jornal, viajaram na aeronave o capitão de voo da British Airways, Chris McLaughlin, de 51 anos, e sua esposa. Segundo o jornal, foi uma escala para abastecer a aeronave com combustível.