A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse nesta segunda-feira que existe um "acordo à vista" sobre a liberdade de movimento de palestinos para e a partir de Gaza, depois da retirada israelense do território, em setembro.
O progresso para obter o acordo há muito esperado, que resolveria uma das maiores fontes de tensão desde a retirada, foi anunciado depois de Rice manter conversações em separado com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Rice pressionou os palestinos a "combater o terror" e exortou Israel a congelar a expansão de assentamentos na Cisjordânia, obrigações estabelecidas pelo plano de paz patrocinado pelos EUA e conhecido como "mapa do caminho" e que está num impasse devido à violência e à falta de cumprimento de seus termos.
Autoridades americanas manifestaram frustração com o fato de que os dois lados não estão aproveitando o que Washington considera uma abertura para a renovação do processo de paz, com a primeira retirada de assentamentos por Israel da terra que os palestinos reivindicam para o seu Estado.
Confrontos esporádicos abafaram os esforços diplomáticos. No caso mais recente, soldados israelenses mataram nesta segunda-feira um comandante do Hamas na Cisjordânia ocupada e um pistoleiro que preparava um ataque na fronteira de Gaza. O Hamas prometeu vingança.
A visita de Rice, a quarta feita por ela à região este ano, também foi obscurecida por acontecimentos políticos em Israel que ameaçam derrubar o governo de Sharon e forçar a antecipação de eleições, clima que tende a manter iniciativas de paz à espera.
Apesar disso, Rice conseguiu fazer com que os dois lados chegassem mais perto de um acordo sobre Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito. É a principal saída da Faixa de Gaza para o exterior. O acordo também envolveria a criação de uma ligação por terra entre Gaza e a Cisjordânia.
- É muito importante para os palestinos que exista liberdade de movimento entre Gaza e a Cisjordânia - disse Rice em uma coletiva de imprensa concedida junto com Abbas, em Ramallah. - Há um acordo à vista.
Israel, que manteve o controle das fronteiras e espaço aéreo de Gaza desde a retirada, está sob pressão dos EUA para reabir o terminal de Rafah ao comércio e viagem de palestinos, de forma a contribuir para a melhora da situação da população de Gaza, que na maioria vive na pobreza.
As divergências aparentemente estão no monitoramento por Israel do terminal de Rafah. Os dois lados concordaram com observadores da União Européia.
Alegando motivos de segurança, Israel pressiona por um monitoramento a vídeo através do qual poderia ver os palestinos que cruzam a fronteira. Os palestinos são contra a medida. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que um acordo é iminente, mas que os detalhes finais ainda precisam ser trabalhados.
A expectativa era de que Rice pressionasse Abbas a controlar os extremistas do Hamas, grupo islâmico que concorrerá à eleição parlamentar palestina de janeiro.
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