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Oriente Médio

Secretário americano minimiza choque diplomático com Israel

O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou nesta quarta-feria (15) que não deixará que certos comentários prejudiquem os esforços para alcançar um acordo de paz entre israelenses e palestinos, depois das declarações críticas que o ministro da Defesa israelense fez a seu respeito. "Tenho conversas regulares com o primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu, e estamos muito comprometidos em fazer avançar o processo de paz", afirmou Kerry em coletiva de imprensa no Kuwait, onde participa em uma reunião de doadores para ajuda humanitária às vítimas da guerra na Síria.

"Não podemos deixar que alguns comentários socavem esse esforço e não pretendo fazê-lo", afirmou Kerry, em referência à conversa privada de Moshe Yaalon revelada na véspera pelo jornal local "Yediot Aharonot", quando comentou que Kerry não compreendia o conflito israelense-palestino. "O plano americano de segurança que nos foi apresentado não vale o papel sobre o qual ele foi escrito. Não garante nem a segurança, nem a paz", disse o ministro, segundo a publicação.

Yaalon desculpou-se pelas polêmicas declarações nas quais também classificou o diplomata de "messiânico" e "obsessivo"."O ministro da Defesa não teve a intenção de ofender o secretário de Estado e se desculpa se este se ofendeu por palavras atribuídas ao ministro", disse um comunicado do Ministério da Defesa de Israel divulgado na madrugada desta quarta-feira.

Em sua breve desculpa Yaalon não desmente ter feito as polêmicas declarações e se limita a esclarecer que "Israel e Estados Unidos compartilham o mesmo objetivo de fomentar a paz entre Israel e os palestinos pelas mãos de Kerry. Apreciamos seus esforços para conseguir esse objetivo".

A imprensa local afirmou que a desculpa foi pedida pela pressão de Netanyahu e do Departamento de Estado americano, que ontem considerou as palavras atribuídas ao ministro uma ofensa e demonstração de desprezo para quem "trabalha dia e noite para tentar propiciar uma paz segura para Israel". A presidência americana também lamentou a situação. "O processo é difícil. É preciso tomar decisões difíceis. Vamos trabalhar com ambas as partes", afirmou ainda Kerry no Kuait. "Depois de cinco meses de negociações, creio firmemente na perspectiva da paz", acrescentou.

As negociações diretas entre israelenses e palestinos estavam congeladas havia três anos, mas depois de intensas negociações diplomáticas por Kerry, os dois lados concordaram em retomar as conversas em julho. Há um prazo de nove meses para se chegar a um acordo de paz permanente, em meio ao ceticismo geral de que uma solução para décadas de conflito pudesse ser alcançada.

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