O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.| Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW/Gazeta do Povo.
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse neste sábado (1º), em Singapura, que está “aberto a novas conversas com a China”, depois de se reunir com seu homólogo chinês, Dong Jun, na cidade-Estado no dia anterior, com o objetivo de reduzir as tensões entre os dois países.

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“Como potências líderes, é importante trabalharmos juntos para evitar e reduzir erros de cálculo e mal-entendidos. Nem toda conversa será fácil, mas temos que conversar", disse Austin durante sua participação no fórum de segurança Diálogo Shangri-La. “A chave é que estamos conversando e, enquanto conversamos, podemos identificar os problemas (...) só podemos fazer isso enquanto houver diálogo e mantivermos os canais de comunicação abertos”, acrescentou.

China e EUA têm divergências sobre a autonomia e o status de Taiwan, que o governo chinês considera uma província rebelde que não descarta invadir, e sobre a liberdade de navegação no mar do Sul da China, que as autoridades chinesas reivindicam quase que totalmente, entre outras questões. Os chefes de Defesa dos dois países realizaram sua primeira reunião nesse nível em um ano e meio na sexta-feira (31), reforçando o diálogo bilateral, apesar das acusações que trocaram sobre Taiwan, Gaza e Ucrânia.

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Austin e Dong discutiram essas e outras questões por cerca de 75 minutos, mais do que o esperado, antes do início do fórum de defesa, o mais importante da Ásia. Em um tom conciliatório, o secretário de Defesa americano ressaltou várias vezes durante seu discurso de hoje que o diálogo entre os países “não substitui” o alívio das tensões e que, se seu colega chinês ligar para ele, “ele sempre atenderá o telefone”.

No entanto, em declarações sem citar a potência asiática, Austin também criticou os países “intimidadores” no mar do Sul da China, onde navios chineses dispararam canhões de água contra embarcações filipinas, e as nações que tentam “impor sua vontade”. Austin também destacou as alianças feitas nos últimos três anos pelos EUA, que muitos analistas consideram um contrapeso à crescente influência de Pequim na região estratégica do Indo-Pacífico. “Os Estados Unidos estarão seguros se a Ásia estiver segura. E é por isso que estamos aqui. Os Estados Unidos são uma nação do Pacífico e estão muito comprometidos com a região", declarou.

Desde 2021, os Estados Unidos participam do pacto tripartite Aukus (que responde às iniciais em inglês de Austrália, Reino Unido e Estados Unidos) e do Diálogo Quadrilateral de Segurança (QUAD), junto com Índia, Japão e Austrália, e têm fortalecido sua relação militar com outros parceiros no Pacífico como Filipinas, Coreia do Sul e Papua Nova Guiné. (Com Agência EFE).

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