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O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, assumiu nesta quarta-feira a responsabilidade pela má gestão do programa petróleo-por-comida no Iraque em discurso no Conselho de Segurança da organização multilateral.

- Trata-se de um relatório que é pessoalmente crítico comigo e eu aceito estas críticas - disse.

- Como máximo administrador, assumo responsabilidade pelas falhas que foram reveladas, tanto na implementação do programa como no funcionamento do secretariado - disse ele.

Annan reafirmou que não existe evidências de ele tenha interferido no processo de contratação de empresas sob o programa humanitário para o Iraque.

O secretário-geral estava na mira da investigação por um possível caso de "conflito de interesses" por causa da firma suíça Cotecna, na qual trabalhava seu filho, Kojo Annan. A empresa conseguiu um contrato milionário para fornecer serviços de inspeção à ONU.

- No começo do ano, o comitê concluiu que não tive qualquer influência ou tentei influenciar no processo de contratação. Estou satisfeito que este relatório tenha reafirmado essa conclusão - disse ele.

No entanto, ele se mostrou "profundamente decepcionado", porque o relatório culpa um grupo pequeno de funcionários da ONU por ter cometido fraude na gestão do programa. Ele referia-se a propinas cobradas por alguns empregados em troca da concessão de contratos multimilionários a empresas.

Annan fez a declaração pouco depois de Paul Volcker, que há um ano investiga denúncias de irregularidades no programa, ter dido ao Conselho que seus membros também compartilhavam de parte da culpa no fracasso em supervisionar o plano, estimado em US$ 64 bilhões.

As descobertas são "bastante embaraçosas para nós", disse Annan.

- O comitê investigador retirou a cortina e lançou uma dura luz sobre os cantos mais desagradáveis de nossas organizações.

O relatório do Comitê de Investigação Independente, dirigido por Volcker, ex-presidente do FED americano, não acusa diretamente Kofi Annan por improbiedades. Mata destacou que o "desempenho acumulado da gestão" do secretário-geral não chegou até o padrão que as "Nações Unidas deveriam se esforçar para manter".

Volcker disse ao Conselho de Segurança que o plano, que permitia ao ex-ditador Saddam Hussein vender petróleo para comprar alimentos e escolher seus próprios clientes, "foi um pacto com o diabo e o diabo teve meiso para manipular o programa até o fim".

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