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Durante a Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), na próxima semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pretende persuadir os líderes mundiais a aceitarem um pacto para um novo sistema de governança global.
O novo pacto delineado por Guterres inclui Inteligência Artificial (IA), reforma no Conselho de Segurança da ONU, espaço sideral, operações de paz, mudança climática e financiamento do desenvolvimento.
O documento intitulado “pacto para o futuro” deve ser apresentado durante a Cúpula. De acordo com o The Guardian, a versão final do documento, com cinco capítulos e 58 ações, ficará pronta neste sábado (21).
"Os desafios internacionais estão se movendo mais rápido do que nossa capacidade de resolvê-los. Vemos divisões geopolíticas fora de controle e conflitos descontrolados – principalmente na Ucrânia, Gaza, Sudão e além. Mudança climática descontrolada. Desigualdades e dívidas descontroladas. Desenvolvimento descontrolado de novas tecnologias, como inteligência artificial – sem orientação ou proteções. E nossas instituições simplesmente não conseguem acompanhar", disse Guterres a jornalistas.
"As crises estão interagindo e se alimentando umas das outras – por exemplo, à medida que as tecnologias digitais espalham desinformação climática que aprofunda a desconfiança e alimenta a polarização. As instituições e estruturas globais são hoje totalmente inadequadas para lidar com esses desafios complexos e até existenciais”, completou.
Pacto aumenta poder da ONU
Para Guy Ryder, subsecretário de política da ONU que está no comando do processo para aprovação do plano, o pacto "pode tornar a ONU e o sistema multilateral mais eficazes e participativos".
Em comunicados à imprensa, Ryder tem garantido que o pacto não terá o mesmo destino de outras resoluções da ONU, que mesmo aprovadas durante reuniões de Cúpula, não foram implementadas nos países.
Para David Miliband, executivo-chefe do Comitê Internacional de Resgate (International Rescue Committee), o pacto inclui propostas práticas que permitem que a ONU use seu poder de convocação para lidar com crises globais, como pandemias.