Apoiadores de Castillo, deposto pelo Congresso após tentativa de golpe, entram em confronto com a polícia perto do local em que o político está detido em Lima. 7 de dezembro de 2022.| Foto: EFE/ Aldair Mejía
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A Polícia e o Ministério Público do Peru fizeram operação neste sábado (17) na sede da Confederação Campesina do Peru, onde estão instalados o partido de esquerda Novo Peru e o Partido Socialista.

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No local, além disso, estavam alojadas dezenas de pessoas que chegaram a Lima para participar dos protestos contra o governo de Dina Boluarte e contra o Congresso Nacional.

Agentes da Polícia Nacional entraram junto com oito promotores no prédio localizado na praça Bolognesi, no centro histórico da capital peruana.

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De acordo com diretores da corporação, no local, além de pessoas com cartazes, algumas tinham objetos contundentes, como facões e capuzes, que poderiam ser utilizados em atos hostis.

Os manifestantes que estão na sede da Confederação Campesina negaram nas redes sociais a existência de tais itens e exigiram que as autoridades investiguem a procedência deles.

O prédio foi cercado por diversos policiais, conforme verificou in loco a reportagem, no terceiro dia do estado de emergência nacional decretado pelo governo do Peru.

A medida foi uma resposta as passeatas e manifestações violentas que deixaram, pelo menos, 22 mortos, a maioria no sul do território do país.

Reações à operação

Um dos assessores da Confederação Campesina Francisco Tello disse que chegou ao local junto com outros dirigentes, para "repudiar esse atropelo do governo da senhora Dina Boluarte".

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"Qual é a acusação que está sendo feita? Que simplesmente os campesinos que vieram protestar pelo fechamento do Congresso, estariam armados?", indagou.

Tello garantiu que as forças de segurança "sempre perseguiram" os campesinos e afirmou que "esse atropelo não continuará".

Além disso, o assessor indicou que a organização seguirá pedindo a renúncia de Boluarte e da procuradora-geral do Peru, Patricia Benavides, além da convocação de eleições gerais.

O partido Novo Peru também fez um alerta nas redes sociais e denunciou a repressão no local em que estão "alojados irmãos e irmãs que chegaram para protestar pacífica e legitimamente".

A legenda indicou que agentes vestidos à paisana estão liderando a operação de buscas e que há risco de material ser plantado no local e de ocorrer violência contra pessoas que estão alojadas ali.

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O Novo Peru ainda denunciou que a polícia não permitiu a entrada da parlamentar de esquerda Ruth Luque, que acompanharia a ação dos agentes e promotores.

Luque, em seguida, disse que conseguiu entrar no prédio "depois de exigir" que fosse autorizado a ela realizar trabalho de "fiscalização e representação", que cabe aos Poder Legislativo no Peru.

A Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos (CNDDHH) também se manifestou e exigiu uma explicação do Ministério do Interior sobre a operação.

"Basta de repressão", postou a organização nas redes sociais.