Uma ameaça de bomba fez com que a sede do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, na sigla em alemão) em Berlim fosse esvaziada nesta terça-feira (25). Segundo o partido, o incidente estaria ligado à visita do presidente da sigla de centro-esquerda, Sigmar Gabriel, a Heidenau, cidade que foi palco de violentos protestos no fim de semana contra imigrantes.

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“Desde a visita de Sigmar Gabriel a Heidenau, o Willy-Brandt-Haus tem recebido uma enxurrada de ameaças racistas”, disse a secretária-geral do SPD, Yasmin Fahimi, em comunicado, referindo-se ao edifício-sede. “Temos que pressupor que isso é um ato político. Vamos deixar claro: o SPD não vai ceder em sua posição.”

Mais tarde, o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, disse que nenhuma bomba foi encontrada na sede do partido, que faz parte da coalizão governista com os conservadores da chanceler, Angela Merkel.

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Em Heidenau, que fica nos arredores de Dresden, no leste alemão, Gabriel já havia dito que o país não irá “ceder um único milímetro a estas turbas de extrema-direita”. O presidente da sigla disse ainda que os manifestantes que atacaram os refugiados “não têm nada a ver com a Alemanha”. “Essa não é a Alemanha que queremos”, afirmou.

Visita da chanceler

Merkel visitará Heidenau nesta quarta (26) e deve se encontrar com os cerca de 250 imigrantes que pediram asilo, voluntários e forças de segurança. Os imigrantes estão abrigados numa antiga loja de artigos de construção na cidade.

Na segunda (24), a chanceler condenou a violência usada por manifestantes de extrema-direita e neonazistas, nas noites de sexta (21) e sábado (22).

Ela havia sido criticada por não condenar de forma dura, até a segunda-feira, os ataques. Um membro veterano do SPD chegou a descrevê-la como “chanceler de couro fino”, que prefere se pronunciar somente quando há boas notícias.

Centenas de pessoas participaram das manifestações organizadas pelo partido ultranacionalista NPD, que terminou em confrontos com a polícia. Segundo testemunhas, os radicais arremessaram garrafas e pedras. Alguns chegaram a gritar a saudação nazista “Heil Hitler”.

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Pelo menos 31 policiais ficaram feridos nos confrontos.

O governo solicitou ao Exército ajuda para conter a crise humanitária e para garantir a segurança dos imigrantes.

Várias cidades da Alemanha -país da União Europeia que mais acolhe postulantes a asilo- têm se tornado destino dos imigrantes que fogem de conflitos em países como Iraque e Síria.

A Alemanha espera que 800 mil pessoas -o equivalente a quase 1 por cento de sua população- busquem asilo no país até o fim do ano.

Segundo funcionários do governo, ao menos 202 ataques contra abrigos de refugiados foram registrados no primeiro semestre no país.

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Nesta terça-feira (25), a polícia investigou um suposto incêndio criminoso contra uma arena esportiva na cidade de Nauen, no Estado de Brandenburgo, no leste alemão, onde cerca de 130 refugiados deveriam ser acolhidos. O local foi destruído de segunda para terça-feira, mas ninguém se feriu.