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Outdoor com a mensagem “nossa vitória é inevitável” e a imagem de um tanque de guerra alemão Leopard 2A6 (C), capturado por tropas russas na Ucrânia
Outdoor com a mensagem “nossa vitória é inevitável” e a imagem de um tanque de guerra alemão Leopard 2A6 (C), capturado por tropas russas na Ucrânia| Foto: EFE/EPA/SERGEI ILNITSKY

As baixas expectativas de vida e mudança no status econômico têm levado cada vez mais africanos a se voluntariarem para lutar na Guerra da Ucrânia, seduzidos pela promessa de cidadania e dinheiro.

Dados oficiais divulgados por países do continente africano estimam que algumas centenas de civis passaram a integrar as fileiras militares de Kiev nos últimos dois anos, enquanto milhares foram recrutados por Moscou, que elevou sua presença no território, principalmente por meio de uma remodelação do antigo Grupo Wagner.

Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, a Ucrânia enfrenta uma desvantagem de mão de obra em relação à Rússia, apelando a um apoio global por voluntários. Essa mobilização chegou na África, onde alguns jovens de países como a Nigéria, Senegal, Quênia, África do Sul e Argélia, encontraram a possibilidade de mudar sua realidade econômica.

Entre os benefícios oferecidos estavam a promessa de promoção elevada e até de cidadania depois da guerra.

Segundo o portal de notícias Military Africa, os alistados agem de forma voluntária, sem qualquer envolvimento de seus países de origem no envio de tropas oficiais para os territórios em conflito no leste europeu.

Na Nigéria, por exemplo, muitos jovens se reuniram de forma independente em frente à embaixada ucraniana em Abuja para se alistarem, embora as autoridades tenham esclarecido na ocasião que eles não seriam pagos pelo serviço militar, e sequer receberiam qualquer auxílio para despesas com a viagem até a Europa.

Os governos de Senegal e da Argélia alertaram ainda aos seus cidadãos que não se alistassem para a guerra, sob a justificativa de que tais esforços faziam parte de um recrutamento ilegal. Já na África do Sul, a situação é ainda mais rígida devido à existência de leis anti-mercenárias, que impedem a população de integrarem grupos armados não oficiais.

Em março deste ano, Kiev anunciou que cinco mercenários do Zimbabué lutavam ao seu lado contra a Rússia, tendo um deles sido morto no campo de batalha.

Levantamentos oficiais atualizados apontam para a chegada de aproximadamente 250 mercenários de 14 países da África na Ucrânia, desde o início da guerra, há dois anos, tendo 103 sido mortos.

A Nigéria foi o país que liderou a lista, com 97 alistados, seguida pela Argélia, com 60, e pela África do Sul, com 35.

O voluntariado de africanos na Guerra da Ucrânia surge como um grande desafio para os exércitos de seus países de origem, que observam a perda de homens jovens para atuarem como militares.

Muitas dessas nações tem se apresentado neutras diante do conflito no leste europeu, a fim de evitar "problemas" com a Rússia, que fechou novos acordos com líderes africanos nos últimos anos.

Essa realidade foi percebida principalmente na votação da ONU para condenação da guerra no leste europeu, ocasião na qual 17 países do continente se abstiveram de escolher uma posição.

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