Na corrida final de campanha presidencial, candidatos franceses iniciam ataques em entrevistas, o que deve gerar polêmica no último debate, que acontece nesta sábado, antes do segundo turno das eleições, dia 6 de maio.
A candidata socialista à Presidência da França, Ségolène Royal, acusou seu rival, o candidato de direita Nicolas Sarkozy, de pedir desculpas ao presidente americano, George W. Bush, pelo país europeu não ter apoiado os Estados Unidos na guerra do Iraque.
A equipe de assessores do direitista classificou como "mentiras" as declarações da socialista.
- Não luto por uma Europa que toma decisões baseada nos EUA - disse Royal a uma TV francesa quarta-feira à noite. - Eu nunca pedi desculpas e nem pedirei ao presidente Bush pela posição da França em relação à guerra no Iraque.
Após a declaração da candidata, o entrevistador ressaltou que a posição oficial de Sarkozy na época foi de apoio à decisão do presidente Jacques Chirac, que decidiu não enviar tropas francesas para a guerra.
Ségolène, então, respondeu:
- Mesmo assim ele pediu desculpas.
A assessoria de Sarkozy enviou um comunicado à rede de TV dizendo que o candidato mantém a posição de não apoiar a guerra no Iraque. A carta exigia que a socialista "parasse de usar mentiras e ataques pessoais para preservar a qualidade e dignidade do debate presidencial".
Royal repetiu a crítica nesta quinta-feira: "Ele pode ter mudado de postura, mas eu acho que todos os franceses ficaram chocados quando ele visitou Bush, denunciou a arrogância da França e pediu desculpas pela posição de seu país."
Sarkozy foi aos EUA em setembro de 2006, ainda como primeiro-ministro, e pediu distância do que ele chamou de método desastroso de diplomacia. Ele se encontrou com o presidente americano e posou para fotos ao lado de Bush, o que gerou críticas dos jornais franceses.
Na entrevista, Royal foi questionada sobre provas de que Sarkozy havia se desculpado com Bush: "Esses são fatos. Como você quer que Bush aperte as mãos de um líder sem qualquer abertura por parte do líder?"
O candidato de direita Nicolas Sarkozy continua na frente da socialista Ségolène Royal na disputa, embora a diferença entre os dois tenha diminuído. De acordo com pesquisa da CSA para o jornal "Le Parisien", divulgada quinta-feira , Sarkozy aparece com 52% dos votos e Royal, com 48%. A última pesquisa da CSA, de 22 de abril, dava 53,5% para Sarkozy e 46,5% para Royal.