A candidata socialista à Presidência na França, Ségolène Royal, e o centrista François Bayrou concordaram em realizar um debate televisionado no sábado, disseram assessores de Royal nesta quinta-feira. Bayrou informou, na quarta, que dará a seus eleitores uma indicação concreta para o segundo turno das eleições e criticou os dois candidatos. Ségolène enfrenta o direitista Nicolas Sarkozy na votação do dia 6 de maio.
Os dois candidatos estão tentando conquistar os votos dos cerca de 7 milhões de franceses que optaram por Bayrou no primeiro turno, domingo passado, e que podem ser decisivos. Ségolène vinha dizendo que queria um debate com Bayrou para discutir possíveis pontos de convergência. Os assessores dela disseram que o debate acontecerá no sábado, às 11h (6h, horário de Brasília).
Em coletiva de imprensa, Bayrou disse que não voltará atrás em sua decisão de não apoiar os candidatos e afirmou que seus eleitores têm consciência da crise que a França vive. Ele pretende agora criar um novo partido de centro.
Aproximação
A socialista Ségolène Royal reduziu a desvantagem em relação ao direitista Nicolas Sarkozy, segundo pesquisas divulgadas terça-feira e nesta quarta-feira, quando ambos buscam os votos do centrista.
No primeiro turno, Sarkozy teve 31,2%, seguido por Royal (25,9%) e Bayrou (18,6%). Desemprego, segurança e imigração continuam sendo os principais temas da campanha, mas a personalidade dos candidatos é algo cada vez mais discutido.Apoio
Para conseguir o apoio de Bayrou, Ségolène e Sarkozy prometeram, se eleitos, levar membros do UDF (partido de Bayrou) para o governo.
Em entrevista ao "Le Monde", Sarkozy disse que seu eventual governo incluirá um grupo que represente idéias de centro em questões como Europa, reformas sociais e as instituições da república. Mas, como saiu do primeiro turno com uma confortável vantagem, ele tem menos necessidade de "virar" votos, e por isso afirmou não estar interessado em acordos de bastidores.
- Os eleitores não pertencem a François Bayrou mais do que a Ségolène Royal, a Jean-Marie Le Pen (quarto colocado] ou a Nicolas Sarkozy. Não reduza simplesmente os eleitores à sua escolha do primeiro turno - afirmou o candidato.