Ségolène Royal será a candidata do Partido Socialista (PS) ao Palácio do Eliseu, segundo a escolha dos militantes que nesta quinta-feira foram em peso às urnas e, logo na primeira votação, deram a ela a vitória prevista nas pesquisas.

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"Muito feliz" e agradecida "do fundo do coração", a presidente regional de Poitot-Charentes, de 53 anos, estendeu a mão aos partidários de seus rivais derrotados, o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius e o ex-ministro da Economia Dominique Strauss-Kahn.

Nas eleições presidenciais de abril e maio de 2007, ela poderá ser a primeira mulher a chegar ao Palácio do Eliseu.

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- A França vai escrever uma nova página de sua História. Agora é o momento de união - disse a defensora da ordem justa e da democracia participativa.Ségolène tem um estilo floreado quando fala em público. Leia aqui o perfil dela.

No seu reduto eleitoral, em Poitot-Charentes, ela prometeu que não decepcionará seus adeptos e continuará fiel a seus valores de "ouvir, prestar atenção e ver a realidade como ela é".

Após ressaltar que precisará de cada militante socialista na batalha das urnas, a companheira do presidente do PS, François Hollande, anunciou a sua vontade de unir em torno dos socialistas o máximo das forças de esquerda no primeiro turno, marcado para 22 de abril.

A declaração de vitória de Royal aconteceu apenas duas horas depois do fechamento das mais de quatro mil urnas. Dos 218.711 militantes do PS, 178 mil votaram. O índice de 82,04% foi considerado histórico pela cúpula partidária.

Royal obteve 60,62% dos votos (sem contar o Caribe), anunciou Stéphane Le Foll, diretor de gabinete de Hollande, às 23h (de Brasília), na sede do partido, em Paris. Strauss-Kahn ficou em segundo, com 20,83%, e Fabius em terceiro, com 18,54%.

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Strauss-Kahn, que se apresentava na campanha como social-democrata moderno e homem das soluções, que queria transformar a França, foi derrotado na sua própria federação, Val d'Oise (arredores de Paris), onde só recebeu 42,95% dos votos.

O seu braço direito, Christophe Cambadélis, disse que Royal quer todos os poderes para enfrentar Nicolas Sarkozy, o provável candidato conservador ao Palácio do Eliseu, e vai ter, se levar a sua campanha para o terreno econômico e social.

Claude Bartolone, assessor de Fabius, disse que agora a responsabilidade dos socialistas é se unirem para derrotar a direita.

Fabius defendia a linha mais esquerdista dos três e dizia ser o único capaz de derrotar a direita em 2007. Hollande, pai dos quatro filhos de Royal, não comentou imediatamente a vitória de sua companheira. Estava em Tulle (centro), onde votou e aguardou o resultado.

O presidente do partido chegou a pensar em ser o candidato socialista nas eleições Presidenciais. Mas foi atropelado pelo extraordinário fenômeno midiático de Royal. Desde que revelou suas intenções, há 14 meses, ela tem jogado com o trunfo de ser a primeira mulher com possibilidades reais de chegar ao Palácio do Eliseu e se apresentado como a encarnação da renovação política, apesar de quase 25 anos nos círculos do poder.

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