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Mais 17 caminhões de suprimentos alimentares e medicamentos entraram em Gaza na manhã deste domingo (22) após negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) com o governo do Egito. Este é o segundo comboio a cruzar a fronteira na cidade de Rafah, ao Sul do território, em dois dias, sendo que o primeiro era formado por 20 veículos carregados.
De acordo com Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, ainda não há informações se este segundo comboio transporta combustível para abastecer ambulâncias e geradores de energia nos hospitais de Gaza.
“Sem combustível, não haverá água, nem hospitais e padarias funcionando. Sem combustível, a ajuda não chegará a muitos civis necessitados desesperadamente. Sem combustível, não haverá assistência humanitária”, disse em registro do UOL.
Informações divulgadas pelo Ministério da Saúde palestino, ligado ao governo sob controle do Hamas, pelo menos sete hospitais do território seguem sem funcionar.
A ONU afirma que a ajuda com estes 37 caminhões é paliativa, já que são necessários pelo menos 100 carregamentos por dia para suprir as necessidades essenciais de Gaza. A água transportada, de cerca de 44 mil unidades, atende a apenas 1% da população do território em um dia.
A agência afirma, ainda, que há cerca de 1,4 milhão de pessoas deslocadas de suas residências em Gaza, de Norte a Sul do país. Pelo menos 42% das unidades habitacionais do território foram destruídas ou danificadas pelos bombardeios israelenses.
Por outro lado, o governo egípcio não autorizou a passagem de civis pela fronteira, que já reúne centenas de pessoas com passaportes estrangeiros aguardando a retirada do território conflagrado. Entre eles, estão cerca de 30 brasileiros que esperam pela repatriação pelo Ministério das Relações Exteriores há mais de uma semana.
Segundo informações do Itamaraty, os veículos que vão transportar os brasileiros das cidades de Khan Younis e Rafah já estão contratados e de prontidão para levá-los até a fronteira, e de lá até o aeroporto que for definido para o resgate – Al Arish, a cerca de 50 quilômetros, ou no Cairo, a mais de 300 quilômetros de distância.
Desde o início dos conflitos, no último dia 7 de outubro, mais de 6 mil pessoas morreram, entre palestinos, israelenses e estrangeiros que estavam em Israel nos primeiros ataques do Hamas. Passados 16 dias de guerra, o território palestino segue cercado pelas tropas israelenses.