Havana Fidel Castro reapareceu em um novo vídeo para desmentir os boatos sobre a gravidade de sua saúde e mostrar que está se recuperando de sua cirurgia, apesar de ainda não ser certo quando voltará ao poder que delegou a seu irmão Raúl há exatamente seis meses.
O governo americano minimizou o impacto das novas imagens, ao mesmo tempo que descartou a petição bipartidária para flexibilizar o embargo contra a ilha apresentado por dois congressistas.
De pé e visivelmente mais forte e corado, Fidel apareceu acompanhado de seu amigo e principal aliado, o presidente venezuelano Hugo Chávez, em um vídeo de seis minutos divulgado na noite de terça-feira, pela primeira vez nos últimos três meses. O locutor do vídeo informa que o mesmo foi gravado na segunda-feira e que Chávez deixou o país na terça-feira.
Vestido com traje esportivo com as cores da bandeira cubana - vermelho, azul e branco -, Fidel toma um refresco junto com o presidente venezuelano, que o chama de "o César da dignidade". Fidel também folheia um livro intitulado "Socialismo" e mostra uma notícia do jornal argentino Clarín datado de 27 de janeiro, para provar a atualidade das imagens.
O encontro foi gravado no apartamento onde o Comandante convalesce, num local secreto decorado com um retrato do ideólogo da independência cubana José Marti e durou duas horas, segundo o próprio presidente venezuelano, que usava a tradicional camisa vermelha."Como havia dito, está longe de ser uma batalha perdida", declarou Chávez.
Várias fotografias do encontro foram publicadas ontem pelos jornais Granma e Juventud Rebelde, com manchetes do tipo: "Eis Fidel de pé, completo", "Fidel e Chávez se abraçam de novo em Havana".
Durante a conversa, os dois líderes analisaram novos acordos bilaterais assinados semana passada, a "revolução energética" em curso em Cuba para economizar eletricidade, as mudanças climáticas e os "possíveis novos conflitos" mundiais, segundo Chávez.
Falando à câmera, Chávez diz que Castro está "bem disposto, com bom aspecto e o moral elevado." No final do encontro, Castro e Chávez disseram em coro "Pátria, socialismo ou morte, nós venceremos".