Seis pessoas foram mortas em confrontos entre as milícias rebeldes e o Exército do sul do Sudão na sexta-feira e neste sábado, disseram os militares, um dia antes de um referendo em que o sul deve votar pela independência.
Os ataques lançam uma sombra sobre as celebrações em outras partes do sul --com as participações do astro de Hollywood George Clooney e do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter-- em meio à contagem regressiva para a votação de domingo sobre se a região produtora de petróleo deve se separar.
O combates foram um lembrete do profundas fendas no sul subdesenvolvido, que tem sido assolado pela violência étnica, as milícias rivais e ataques repentinos.
Philip Aguer, um porta-voz do sul do Exército de Libertação do Povo do Sudão (SPLA, na sigla em inglês), do sul do país, disse que suas forças atacaram combatentes leais ao líder da milícia Galwak Gai no Estado produtor de petróleo na sexta-feira e que os homens de Gai lançaram um contra-ataque no sábado.
"Eles estavam vindo do norte para perturbar o referendo. É um jogo conhecido. Os perturbadores estão sempre aqui. Eles definitivamente chegaram vindos de Cartum", disse ele.
Os líderes do sul têm regularmente acusado o Sudão de apoiar milícias do norte para tentar perturbar o referendo numa tentativa de manter o controle do petróleo da região. Os líderes do norte ter negado as acusações.
Aguer disse que as forças do SPLA mataram dois homens de Gai e capturaram 26 na sexta-feira. Em seguida, mataram quatro no sábado.
Esperando
Gai está entre vários líderes da milícia do sul que se rebelaram após as eleições de abril, acusando o governo do sul de fraude.
O referendo foi prometido em um acordo de paz de 2005 que acabou com décadas de conflito norte-sul --a mais longa guerra civil da África, que matou um número estimado de 2 milhões de pessoas. Os combates deixaram profundas fraturas entre as comunidades do sul, e analistas têm alertado que velhas tensões poderiam ressurgir para desestabilizar a região.
A comissão organizadora do referendo disse que tem tudo para iniciar o processamento de cerca de 4 milhões de eleitores registrados para o exercício de voto ao longo da semana