Uma seita islâmica de 60 pessoas, incluindo 15 menores de idade, foi descoberta pela polícia em um bunker subterrâneo no Tartaristão, uma república central da Rússia de maioria muçulmana, informou nesta quinta-feira (9) o porta-voz do Ministério do Interior local.
Os adeptos da seita viviam há mais de 10 anos no local, preparado por seu líder espiritual, Faizrajman Satarov, de 85 anos, em uma antiga casa transformada em mesquita clandestina em Kazan, a capital do Tartaristão.
Satarov, que em 1964 declarou-se profeta, impôs aos membros da seita uma vida reclusa, proibindo-os de sair do refúgio, exceto para emergências, para levar crianças à escola ou para tratamento médico em hospitais, informou o ministério.
O refúgio, construído em forma de labirinto, incluía pequenas células de 2 por 3 metros, "onde as crianças viviam em condições insalubres, sem ar fresco", indicou. Todas as crianças encontradas no local foram hospitalizadas.
O caso provocou uma enorme curiosidade, sobretudo para entender como a seita conseguiu sobreviver por 10 anos sem jamais ter chamado a atenção da polícia. A justiça já prepara um processo contra Satarov e contra vários dos adultos envolvidos por negligência em sua responsabilidade com o bem-estar das crianças.