A coalizão de centro-direita que venceu as eleições em Portugal, a Aliança Democrática (AD), e o Partido Socialista (PS) chegaram nesta quarta-feira (27) a um acordo para ter uma presidência rotativa do Parlamento português e, assim, acabar com o impasse em que a câmara estava atolada.
O anúncio foi feito em declarações a jornalistas por Joaquim Miranda Sarmento, líder do grupo parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), a principal força por trás da AD, antes que a Assembleia da República unicameral se reúna novamente às 15h (hora local; 12h em Brasília) para votar em seu futuro presidente. A votação estava originalmente programada para o meio-dia (hora local), mas precisou ser adiada por falta de consenso dos deputados.
O presidente temporário da Assembleia da República unicameral, António Filipe, o deputado mais antigo, disse mais cedo que o prazo para receber as indicações também foi adiado para uma hora antes da votação. Perguntado se esse novo horário será o definitivo, Filipe considerou que, com o adiamento, "está sendo dado tempo suficiente para que não haja mais prorrogações".
O novo Parlamento, resultado das eleições de 10 de março, foi inaugurado nesta terça-feira (26), quando deveria ter eleito seu novo presidente, mas nenhum candidato alcançou a maioria absoluta necessária (116 dos 230 assentos) nas três votações realizadas.
Essa situação decorre do complicado tabuleiro de xadrez político deixado pelas eleições, com a coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD), de Luís Montenegro, vencendo com 80 deputados, seguida pelo Partido Socialista (PS), de Pedro Nuno Santos, com 78, e pelo Chega, de direita nacionalista, com 50 assentos.
Durante as três votações, o candidato da AD à presidência do Parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, não obteve o apoio necessário, assim como os candidatos apresentados pelo PS, Francisco Assis, e Chega, Manuela Tender.
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