A paralisação do governo federal dos Estados Unidos teve início à meia-noite (de Washington; 3h de Brasília), à medida que o Senado ainda não concluiu a votação de uma medida de curto prazo que estendia o financiamento à administração de Donald Trump e elevava o teto do endividamento até 16 de fevereiro. Apesar da paralisação ter oficialmente começado, os senadores continuam negociando no plenário da Casa para tentar aprovar algum projeto que garanta o funcionamento do governo nos próximos dias.
Na noite de quinta-feira (18), a Câmara dos Representantes aprovou a medida que estende o financiamento ao governo e eleva o teto da dívida até 16 de fevereiro por 230 votos a favor e 197 contra. No entanto, o caminho no Senado já se mostrava mais complicado, tendo em vista que a maioria republicana na Casa é menor do que na Câmara. Com apenas 51 dos 100 votos no Senado, os republicanos precisavam do apoio de ao menos nove integrantes da oposição. No entanto, alguns senadores da sigla já haviam adiantado que não votariam a favor, como Rand Paul (Kentucky).
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O impasse em torno do financiamento ao governo federal americano começou na semana passada, quando a Casa Branca rejeitou um projeto bipartidário de imigração. Os democratas condicionaram seu voto a favor de qualquer proposta orçamentária que permitisse a permanência no país dos 700 mil inscritos no Daca, programa do governo Barack Obama que suspendeu temporariamente deportações para esse grupo de imigrantes. Em setembro, o presidente Donald Trump anunciou que o benefício deixará de existir em março caso o Congresso não regularize de maneira definitiva a situação desses imigrantes nesse período.
Diante da inexistência de um acordo, os dois lados começaram a fazer acusações mútuas sobre a responsabilidade por uma eventual paralisação do governo federal.
A proposta sobre o Daca foi negociada durante quatro meses por um grupo de seis senadores democratas e republicanos. Trump rejeitou a proposta em reunião na Casa Branca e voltou ao assunto no último domingo, no Twitter, quando disse que "o Daca está provavelmente morto porque os democratas realmente não querem isso, eles só querem falar e tirar dinheiro que as nossas Forças Armadas precisam desesperadamente".
Os democratas veem a votação da autorização de gastos do governo como um de seus únicos trunfos na negociação da legislação sobre o Daca. Ativistas e a ala mais à esquerda da sigla pressionam para que os parlamentares se neguem a aprovar o financiamento da administração sem uma medida que resolva a situação desse grupo de imigrantes.