Washington O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou ontem que está "aberto a sugestões" a respeito do Iraque, sinalizando que adotará uma postura de conciliação com o Congresso, que será liderado pelos democratas após a derrota republicana nas urnas. Os democratas, que na quarta-feira tiveram garantida a liderança na Câmara de Representantes, ontem celebraram o desfecho da apuração para o Senado.
Com a vitória do democrata George Allen sobre o republicano Jim Webb para a vaga da Virgínia e a consolidação do apoio dos dois senadores independentes, os democratas garantiram a sonhada maioria no Senado. Allen obteve 7 mil votos a mais que Webb uma diferença inferior a meio ponto porcentual que, segundo a lei eleitoral, pode ser questionada, levando a uma recontagem de votos. Bush, no entanto, parece conformado com a derrota. Ontem ele recebeu a deputada democrata Nancy Pelosi, futura presidente da Câmara, para um primeiro contato.
Aproximação
Bush e Nancy Pelosi asseguraram que começam a próxima legislatura com uma atitude de "colaboração", acima de suas diferenças políticas. "Os democratas ganharam as eleições, mas os desafios para nosso país continuam e trabalharemos para solucioná-los. Nem sempre concordamos em nossos pontos de vista, mas o amor ao nosso país nos une", disse Bush. Pelosi afirmou que, com a vitória, os democratas fizeram "história", mas que agora precisam "fazer progressos".
Iraque
Bush também afirmou estar aberto a sugestões que "possam ajudar os EUA a atingir o objetivo de derrotar os terroristas" e garantir a democracia iraquiana.
A expectativa é que a nova liderança congressista exerça maior pressão sobre Bush devido à insatisfação de grande parte dos norte-americanos com a política governista no Iraque.
O conflito é apontado como o principal motivo para o fracasso do partido de Bush nas eleições de terça-feira, ao lado dos repetidos escândalos de corrupção. A derrota custou aos republicanos a renúncia do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld. Ontem, Bush confirmou o ex-diretor da CIA Robert Gates como sucessor de Rumsfeld.
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