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Sem apresentar as atas eleitorais, órgão eleitoral chavista da Venezuela confirma “reeleição” de Maduro
O presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Elvis Amoroso, aliado de Maduro, juntamente com a diretora eleitoral, Rosalba Gil, declaram à imprensa o resultado do boletim das eleições presidenciais| Foto: EFE/Ronald Peña R.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado por chavistas, confirmou nesta sexta-feira (2) que o ditador Nicolás Maduro, foi “reeleito” nas eleições do último domingo (28), com 51,95% dos votos, contra 43,18% do candidato da oposição majoritária, Edmundo González Urrutia.

Sem apresentar as atas eleitorais, o CNE disse que apurou cerca de 96,87% dos votos.

O presidente do CNE, Elvis Amoroso, um forte aliado de Maduro, leu este segundo boletim - depois do primeiro apresentado na madrugada de segunda-feira (29) com 80% das atas apuradas. Naquele momento, como agora, o CNE não publicou os resultados desagregados, conforme exige a regulamentação estabelecida. O órgão chavista afirma, sem provar, que foi alvo de um "ataque massivo" contra seu sistema de votação. Contudo, tal ataque não impediu a proclamação de Maduro como vencedor.

De acordo com este segundo balanço, o ditador Maduro teria obtido 6.408.844 votos, enquanto González, representante da Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne a oposição, conseguiu 5.326.104, em uma votação na qual participou 59,97% do censo eleitoral (12.386.669), dos quais 0,41% foram considerados votos nulos devido a alguma anomalia no processo.

Em terceiro lugar ficou o deputado Luis Eduardo Martínez, apoiado por partidos tradicionais que estão sob intervenção judicial, que obteve 1,24% dos votos, enquanto os outros sete candidatos ficaram abaixo de 1%, assim como previam as sondagens.

Amoroso afirmou que o CNE tem sofrido “ataques informáticos massivos provenientes de diversas partes do mundo” que “atrasaram a transmissão das atas e o processo de divulgação dos resultados”, uma denúncia que está sendo investigada pelo Ministério Público, também controlado por chavistas, que tem em sua mira por este caso a líder opositora María Corina Machado, que nesta quinta-feira (1º) publicou um artigo em um jornal americano dizendo que teme pela sua vida.

Este novo boletim foi divulgado três dias depois de a PUD ter publicado em um site 81% dos registros eleitorais que demonstram, segundo a oposição, que González conquistou a presidência por ampla margem, o que foi reconhecido por países como Estados Unidos, Argentina e Peru.

Após a denúncia de fraude, eclodiram numerosos protestos na Venezuela, que deixaram 12 mortos - entre eles um soldado - e mais de 1,2 mil detidos, uma situação que o regime de Caracas vê como uma “tentativa de golpe de Estado”, razão pela qual convocou as forças policiais e militares leais ao chavismo para aumentar o controle.

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