A agência de notícias russa Interfax informou ontem que Edward Snowden, delator do esquema de monitoramento de dados de internet e de ligações telefônicas feita pelos Estados Unidos, deverá ficar na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou.
O informante chegou à capital russa na noite de domingo, após fugir de Hong Kong. A informação foi confirmada na terça pelo presidente Vladimir Putin. Ele é considerado foragido pelos EUA pelo vazamento de informações e sua extradição foi pedida por Washington.
Segundo funcionários do aeroporto consultados pela agência, ele não tem um passaporte válido após o governo americano ter revogado seu documento de viagem. Com isso, ele é proibido de entrar na Rússia e não poderia oficialmente embarcar em um voo para qualquer lugar do mundo.
Os integrantes do Kremlin também afirmam que ele deve estar hospedado em um quarto dentro da área de trânsito do aeroporto, onde ficam tripulantes de aviões e seguranças. O local fica antes da imigração, por onde o delator não pode passar oficialmente sem o passaporte americano.
No entanto, ele poderia entrar na Rússia se tivesse um documento de viagem para refugiados de outro país, conforme afirmou ontem o fundador do WikiLeaks, Julian Assange. Segundo o australiano, Snowden tem um documento emitido pelo Equador, país ao qual o delator pediu asilo diplomático.
O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que assessora o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, negou ontem que assumirá a defesa de Edward Snowden. Na segunda, o ex-magistrado afirmou que estudaria se participaria ou não da defesa do delator.
A negativa foi divulgada em nota do escritório de advogados de Garzón, em Madri, sem apresentar motivos para a decisão. O ex-juiz espanhol é responsável por assessorar a defesa de Assange, que recebeu asilo diplomático do Equador, mas está abrigado na embaixada do país sul-americano em Londres.
O Equador pediu ontem que os EUA apresentem por escrito sua posição sobre a situação do ex-prestador de serviços de inteligência Edward Snowden, cuja petição de asilo está sendo considerada pelo governo sul-americano. "A situação atual não está sendo provocada pelo Equador", disse o governo equatoriano.