Johnnie Langendorff acabou se envolvendo em um tiroteio - completamente por acidente.
A manhã de domingo tinha sido normal até então. Langendorff, um texano magro com uma barba rala no queixo e chifres de touro tatuados no pescoço, começou o dia tomando café. Depois, dirigiu seu caminhão pelas ruas empoeiradas para ir na casa de sua namorada. Quando chegava perto da Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, ele percebeu que havia algo estranho acontecendo.
Quando passou pelo estacionamento na frente da igreja, notou que o motor de um dos carros estava ligado. Era uma Ford Explorer cor de pérola, conta Langendorff. A porta do motorista estava aberta. Um homem todo coberto com roupas pretas andava em direção ao veículo com uma arma na mão. Ele trocava tiros com um homem que tinha uma espingarda. “Eu não olhei bem para ele”, contou Langendorff sobre o homem de preto para os repórteres com os lábios ainda tremendo. “Eu não o vi direito. Eu vi o tiroteio”.
O homem de preto fugiu com o carro. O segundo homem veio até Langendorff. Eles não se conheciam. “Ele me explicou rapidamente o que tinha acontecido e disse que precisava alcançar o cara”, contou Langendorff depois. “Foi o que eu fiz”.
Os dois homens começaram a perseguir o fugitivo enquanto 26 frequentadores da igreja estavam mortos ou feridos no chão do santuário. A violência de domingo foi depois reconhecida como o quinto pior tiroteio na história moderna dos EUA e aconteceu apenas um mês depois da morte de 58 pessoas em um show em Las Vegas.
As vítimas desse atentado tinham idades entre 5 e 72 anos, de acordo com as autoridades (uma das famílias afirma a morte de um bebê de um ano). O atirador, identificado como Devin Patrick Kelley, começou a atirar fora da igreja logo depois das 11h da manhã com um rifle semi-automático. Kelley, vestido de preto, entrou na igreja e atirou para todos os lados. Ele fugiu rapidamente da cena depois de trocar tiros com um vizinho, o mesmo homem que entrou no carro de Langendorff.
“Precisei agir rápido”, contou Langendorff para os jornalistas. “Agir agora, perguntar depois”. Movido pela adrenalina, Langendorff dirigiu em alta velocidade (o velocímetro chegou em 150 km/h) para tentar alcançar Kelley, enquanto explicava a situação para a polícia no telefone. “Falei a direção para qual estávamos indo, em qual estrada estávamos, e que estava me aproximando cada vez mais do veículo”.
O carro de Kelley acabou caindo numa vala a cerca de 15 km ao norte da igreja. Langendorff parou perto. “O senhor que estava comigo apoiou a arma no capô do meu carro e ficou apontando para Kelley, pedindo para que ele saísse do carro. Não houve nenhum movimento nem nada. Eu só vi que as luzes do freio estavam piscando, então ele podia estar inconsciente da batida ou algo assim. Eu não tenho certeza”, conta.
A polícia chegou na cena entre cinco e sete minutos depois da batida. Freeman Martin, diretor regional do Departamento de Serviços Públicos do Texas, disse que autoridades ainda investigam se a morte de Kelley foi um suicídio ou se foi decorrente de um ferimento causado na troca de tiros. Várias armas foram encontradas no veículo.
Na noite de domingo, Langendorff explicou que sua reação ao tiroteio - entrar em uma perseguição — foi simples. “Ele tinha acabado de machucar e afetar a vida de tantas pessoas, por que não tentaria pegá-lo?”.
Quem é Devin Patrick Kelley, o atirador que matou 26 pessoas no Texas? //bit.ly/2hM9uPb
Publicado por Ideias em Segunda, 6 de novembro de 2017
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião