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violência

Sem prisão de rebeldes, termina estado de exceção no Paraguai

O Paraguai revogou nesta segunda-feira o estado de exceção que vigorava havia um mês no norte do país, já que, segundo o governo, a sensação de segurança na região aumentou, apesar de não terem sido capturados os líderes de um grupo armado de esquerda.

O estado de exceção concedia ao presidente socialista Fernando Lugo poderes especiais para combater o chamado Exército do Povo Paraguaio (EPP), vinculado à guerrilha colombiana Farc e responsável por sequestros e assassinatos que comoveram o país.

"Somos conscientes de que temos que reforçar o trabalho. Nossa ideia é de que a presença militar continue. Os resultados são positivos, porque as pessoas se sentem mais seguras", disse o ministro do Interior, Rafael Filizzola.

O governo mobilizou 3.300 policiais e militares nos departamentos de San Pedro, Concepción, Amambay, Alto Paraguay e Presidente Hayes, regiões voltadas para a pecuária e o cultivo clandestino de maconha, e onde o grupo rebelde opera.

Lugo disse no fim de semana que não pediria ao Congresso a prorrogação do estado de exceção, mas que buscará manter a presença militar, o que foi elogiado por moradores da região.

"Os governadores nos comentaram que melhoraram a segurança, (diminuíram) os roubos e o abigeato (roubo de animais)", disse o presidente do Congresso, o senador oposicionista Miguel Carrizosa.

Outros parlamentares, no entanto, criticaram Lugo por não ter sido capaz de deter os líderes do EPP. "Os resultados do estado de exceção foram muito escassos, magros e pobres. Foi uma grande decepção", disse o deputado Carlos Soler, do partido Pátria Querida, para quem a falta de coordenação causou "um desgaste desnecessário de recursos humanos e infraestrutura."

Um dos incidentes que refletiram a falta de coordenação foi um tiroteio entre policiais e militares perto de uma delegacia, quando os soldados perseguiam uma dirigente do EPP.

As autoridades disseram que durante a vigência do estado de exceção foram presas 167 pessoas, sendo 93 procuradas pela Justiça. Políticos governistas disseram que a curta duração do estado de exceção foi insuficiente para capturar os líderes do EPP.

"Pretendem impor prazos a este governo, e acho isso um oportunismo político descarado. Este governo o que fez foi pôr o EPP como algo prioritário, e assumimos o custo político de ter posto isso na nossa agenda", disse a deputada Desiré Masi, mulher do ministro do Interior.

Lugo apresentará na terça-feira um relatório sobre o estado de exceção, e em seguida viaja a Buenos Aires para participar das festividades do bicentenário da independência argentina.

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