O maior ataque em massa da história americana moderna causou danos físicos, emocionais e também financeiros às vítimas. O caso, ocorrido no início de outubro na principal avenida de Las Vegas, deixou mais de 50 mortos e centenas de feridos. Alguns dos pacientes receberam tratamento do Medicaid e Medicare, programas de saúde do governo americano para famílias de baixa renda e idosos. E mesmo os que são segurados por planos de saúde privado já começam a enfrentar custos enormes com o tratamento. As despesas totais poderiam chegar a dezenas de milhões de dólares, segundo estimativas da Universidade da Califórnia.
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Mais de 100 mil pessoas são vítimas de tiro por ano nos Estados Unidos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Um pesquisa recente revelou que são gerados custos de cerca de US $ 2,8 bilhões por ano com atendimentos de emergência e taxas de internação individual. Cada vítima de tiro gasta, em média, por sala de emergência, US $ 5.254. A taxa de internação custa US $ 95.887.
Diferentemente dos brasileiros, os americanos não têm um sistema público de saúde universal. Aqueles que não se encaixam no público atendido pelos planos de saúde pública dos EUA - idosos e pessoas de baixa renda - têm que recorrer ao sistema privado, seja por meio de empregadores ou por conta própria. No entanto, mesmo os planos particulares têm variações de regras, e alguns, não cobrem esses valores. Alguns estados até permitem que os pacientes solicitem uma uma exceção com base nas circunstâncias da situação, mas alguns lugares, como Nevada, por exemplo, não permitem essa medida.
Além do seguro
Kurt Fowler, 41, bombeiro da cidade de Lake Havasu, Arizona, foi atingido no tornozelo na noite do ataque. Após o episódio, ele foi submetido a uma cirurgia e ainda pode precisar de outras operações. Em entrevista à CNN, no entanto, Fowler relatou que mesmo sendo segurado pelo plano Blue Cross Blue Shield PPO, os custos superaram o esperado. Para sua recuperação, serão necessárias sessões de fisioterapia e o acompanhamento de um especialista. Felizmente, para conseguir pagar o tratamento, a família dele já arrecadou US$ 39 mil através de um financiamento coletivo.
Já Michael Caster, 41, morador de Indio, na Califórnia, ficou com uma bala alojada na coluna vertebral. Ao jornal ele contou que, por conta da paralisia, precisará ir frequentemente a um centro de reabilitação. Seu seguro, o Anthem Blue Cross, também não cobre o tratamento, por isso também recorreu ao GoFundMe. Através da página, ele já conseguiu arrecadar US$ 26 mil.
Apoio
Em meio à dificuldade financeira que as vítimas estão tendo para cobrir os gastos, algumas instituições se mobilizaram para tentar ajudar. Parte das vítimas tem usado a internet para arrecadar fundos. Um comissário do Condado de Clark criou uma página através da qual já arrecadou US$ 11 milhões para ajudar no tratamento dos feridos.
A instituição hospitalar St. Rose Dominican, da Dignity Health, afirmou que vai contratar seguradoras e aceitar doações. No entanto, não exigirá o pagamento das vítimas. O Hospital e Centro Médico Valley está pedindo para que os pacientes se inscrevam em um programa estadual chamado Vítimas de Crimes Violentos de Nevada. A iniciativa pode ajudar a pagar as despesas médicas.
Já os senadores de Nevada, Dean Heller e Catherine Cortez Masto, solicitaram a alguns planos de saúde americanos que ajudem os feridos pelo ataque, principalmente os que são de outros estados.
As vítimas da Califórnia também podem recorrer à Junta de Compensação de Vítimas da Califórnia, que fornece apoio financeiro no tratamento dos pacientes.
Com informações da CNN.
O atirador de Las Vegas gostava de apostar, música country e levava uma vida tranquila https://t.co/BwThxDKqa6 pic.twitter.com/YzWpODvrAb
â Ideias (@ideias_gp) October 2, 2017