O Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, cancelou uma viagem que faria nesta semana à África do Sul que deixou o governo sul-africano num dilema entre o seu maior parceiro comercial, a China, e um dos seus heróis nacionais, o ganhador do Nobel da Paz Desmond Tutu.
O monge budista deveria participar das celebrações dos 80 anos do ex-arcebispo Tutu, mas um assessor explicou que ele não receberia o visto a tempo. O pedido foi feito há várias semanas.
A África do Sul foi pressionada pela China a não conceder o visto porque Pequim considera que o Dalai Lama comanda um movimento separatista perigoso no Tibete. O Dalai Lama, que vive exilado na Índia, diz que reivindica apenas mais autonomia para a sua região natal, por meios pacíficos.
"Estamos agora convencidos, portanto, de que por qualquer razão ou razões o governo da África do Sul acha inconveniente emitir um visto para Sua Santidade o Dalai Lama", disse nota do gabinete dele.
O Dalai Lama foi apontado como um farol para a paz na África do Sul quando o regime racista do apartheid acabou, há uma década e meia, mas ele se tornou uma dor de cabeça para a diplomacia do país porque o futuro econômico sul-africano está cada vez mais vinculado a Pequim, o que já havia levado Pretória a rejeitar um pedido de visto anterior para ele.
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