Mais de 15.800 pessoas foram mortas na Síria desde que irrompeu o levante popular contra o presidente Bashar Assad em março do ano passado, informou nesta quarta-feira o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, acrescentando que a última semana foi a mais violenta.
"Aumentou o ritmo da matança", afirmou a organização não-governamental, com sede em Londres. Segundo o diretor da ONG Rami Abdel Rahman, somente na semana entre 20 e 26 de junho foram registradas 916 mortes.
Das 15.804 pessoas mortas nos últimos 16 meses, 4.681 perderam suas vidas desde 12 de abril, quando entrou em vigor um fracassado acordo de cessar-fogo negociado pela ONU, destacou Rahman. Destas, 1.197 morreram desde que a missão de observadores da entidade, que deveria supervisionar o cessar-fogo, suspendeu suas operações em 16 de junho diante da crescente violência.
O último mês, até o dia 26, também foi o mais violento desde o início dos protestos, com 3.426 mortos, segundo Rahman. "A escalada das mortes se deve ao silêncio da comunidade internacional em relação aos crimes do regime (sírio), sua repressão da revolução, que causou o silêncio da oposição, e os bombardeios impunes de cidades e vilarejos", disse o diretor.
A ONU, por sua vez, disse nesta quarta-feira que a violência na Síria igualou ou excedeu os níveis registrados antes do cessar-fogo de abril e que um acordo de paz proposto pelo mediador do conflito, Kofi Annan, "claramente" não está sendo implementado. A entidade sugeriu também que tropas de Assad podem estar por trás das mortes de mais de 100 civis no vilarejo de Houla no mês passado.
De acordo com diplomatas, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, se reunirão com outros representantes das principais potências no próximo sábado, dia 30, para discutir a questão da Síria.
Também nesta quarta, uma estação de TV favorável ao governo sírio na cidade de Drousha, a 20 quilômetros ao sul da capital, Damasco, foi invadida por homens armados, que mataram sete funcionários e sequestraram vários outros, segundo o Ministério da Informação. O governo descreveu o episódio como um "massacre" lançado por terroristas.
Na vizinha Turquia, cerca de 30 soldados sírios desertores e suas famílias entraram no país durante a madrugada, informou a agência de notícias estatal Anadolu. Ainda não está claro se o grupo incluía militares de altas patentes. As informações são da Associated Press e Dow Jones.