O semanário francês "Charlie Hebdo" publicará, em sua edição de quarta-feira (19), uma série de charges do profeta Maomé, em referência aos protestos contra o filme "A Inocência dos Muçulmanos". A publicação preocupou o Ministério do Interior da França, que já afirmou que reforçará a segurança no prédio da editora e rejeitou as caricaturas em meio aos confrontos violentos desta semana.

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Os desenhos mostram o profeta Maomé, principal referência do islamismo, em posições consideradas audaciosas. O tom irreverente foi reafirmado pelo diretor da publicação, Charb, em entrevista ao canal iTéle.

"As caricaturas chocarão aqueles que queriam estar chocados lendo uma publicação que não leem nunca", disse. O responsável afirmou que as charges, que serão publicadas nas páginas internas e na contracapa, não são mais provocadoras do que é costume da revista, que é conhecida pelo humor satírico.

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"É uma provocação à liberdade de imprensa? Se começamos a nos perguntar se temos o direito de desenhar Maomé ou não, se é perigoso ou não fazer, a pergunta seguinte será se podemos representar os muçulmanos no jornal".

Reações

Para evitar manifestações violentas, o Ministério do Interior da França ordenou o reforço da segurança nas instalações da revista, que foram queimadas no ano passado após a publicação de caricaturas de Maomé.

Em viagem ao Egito, o ministro de Relações Exteriores, Laurent Fabius, condenou a publicação, dizendo que não concorda com qualquer provocação neste período, mas lembrou da liberdade de expressão na França. "A liberdade de expressão constitui um dos princípios fundamentais de nossa república. Essa liberdade se exerce no marco da lei e sob o controle dos tribunais, que estão avisados".

As caricaturas serão publicadas uma semana após o início de manifestações contra o filme "A Inocência dos Muçulmanos", cujo trailer foi revelado no último dia 11. Os protestos, que afetaram mais de 30 países com grande população muçulmana, deixaram dezenas de mortos e centenas de feridos.

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Nesta terça-feira (18), organizações francesas convocaram para novos protestos contra o vídeo anti-islã no próximo sábado, nas cidades de Paris, Toulouse, Marselha e Lille. No sábado passado, entre 200 e 250 pessoas participaram em Paris em uma manifestação não autorizada perto da embaixada dos Estados Unidos, do palácio presidencial e do Ministério do Interior francês.