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EUA

Senado americano rejeita ampliar a checagem de compradores de armas

Os senadores americanos derrubaram nesta quarta-feira (17) um artigo da proposta de controle de armas que previa uma checagem maior dos antecedentes dos compradores. O artigo teve a maioria dos votos, mas não conseguiu alcançar os 60 necessários para sua aprovação.

Apesar dos apelos de famílias de vítimas de chacinas, a questão obteve 54 votos a favor e 46 contra - ficando a seis votos do necessário para passar. Dessa forma, o Senado rejeitou um ponto que veio de um acordo bipartidário e que era considerado uma das peças fundamentais da proposta de controle de armas defendida pelo presidente Barack Obama.

A emenda negociada pelo democrata Joe Manchin e pelo republicano Pat Toomey era vista como a melhor chance para aumentar o controle de armas. A medida ganhara maior impulso após a morte de 20 crianças e seis adultos por um jovem armado numa escola de ensino fundamental de Newtown, em Connecticut, em dezembro passado.

Outros artigos da proposta, como a proibição de semiautomáticas e o limite de balas em pentes, também devem ser derrubadas.

O presidente Barack Obama criticou em tom duro a decisão e pediu aos eleitores que deixem claro nas próximas eleições seu descontamento com a medida. Apesar da derrota, Obama usou um tom combativo durante um pronunciamento na Casa Branca nesta quarta-feira, que contou com a presença de familiares de vítimas, e deixou claro que para ele, o assunto não acabou.

"Meses atrás, em resposta a acontecimentos trágicos, esse país tomou uma medida para tentar se proteger. Minutos atrás, a maioria no Senado determinou que essa medida não funcionava", disse. "Mas 90% dos americanos apoiam o aumento da checagem de background de compradores e 90% democratas votaram a favor da derrubada da proposta. Como pode? Foi uma vitória para quem? Para quê? Infelizmente as mentiras lançadas sobre a proposta alcançaram seu propósito".

A coletiva começou com o discurso emocionado do irmão de uma vítima do ataque em Newtown, que afirmou que, apesar da decisão, eles voltavam para casa decepcionados, mas não derrotados. "Meu coração está quebrado, meu espírito não", disse.

Segundo o presidente, a medida de checagem de antecedentes respeitava donos de armas e vítimas de tragédias. "Esse compromisso representava progresso, a moderação e o bom senso. Por isso 90% dos americanos o apoiavam. Infelizmente os senadores não explicaram porque não devemos ampliar a checagem para que pessoas com problemas psiquiátricos comprem armas. Começaram a procurar qualquer desculpa para votar não".

A votação veio após semanas de negociações intensas e de um acordo entre senadores dos dois partidos para aprovar o maior pacote legislativo relativo a armas considerado pelo Congresso em duas décadas.

Diante do Capitólio, um grupo de mães fez uma manifestação com seus bebês em carrinhos, seguindo para os gabinetes dos senadores como forma de pressionar por um controle maior na venda de armas.

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