O primeiro-ministro Romano Prodi venceu nesta terça-feira (27/03) uma votação no Senado para manter as tropas italianas no Afeganistão, apesar da oposição de alguns aliados de esquerda do governo.
Por 180 votos a 2, com 132 abstenções (equivalente ao voto "não"), os senadores aprovaram novas verbas para missões militares no exterior.
Essa votação era considerada um teste importante para Prodi, forçado a renunciar em fevereiro devido a uma derrota em questões de política externa no Senado, onde sua maioria é mínima.
Na ocasião, alguns senadores dissidentes de esquerda que queriam a retirada italiana do Afeganistão foram suficientes para derrubá-lo.
Desta vez, a votação mostrou as divisões dentro da oposição de centro-direita, pois um dos seus partidos, o Democrata Cristão, apoiou o governo, enquanto os outros três se abstiveram.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha criticaram na semana passada a decisão italiana de libertar cinco militantes do Taliban em troca do jornalista Daniele Mastrogiacomo, que era mantido como refém por um grupo insurgente no Afeganistão.
Antes da votação, o chanceler Massimo D'Alema prometeu equipar melhor os 1.900 soldados italianos no Afeganistão, o que atendeu em parte às exigências da oposição.
Mas ele disse que o governo não vai suspender as restrições sobre a atuação das forças italianas, que não participam da ofensiva da Otan contra o Taliban no sul do país.
A maioria dos partidos de oposição, como o Forza Italia, do ex-premiê Silvio Berlusconi, disse que não apoiaria a missão no Afeganistão em sua forma atual, argumentando que os soldados estão mal equipados e enfraquecidos pela limitação de seu mandato.
Outros países da Otan disseram na terça-feira temer que a decisão italiana leve a uma repetição desse tipo de incidentes, e alguns propuseram um pacto proibindo acordos com sequestradores.
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