História
Fenômeno de ter 50 congressistas para cada lado é raro
Um Senado dividido em partes iguais, entretanto, é um evento relativamente raro na política norte-americana. A primeira vez que isso ocorreu foi durante o mandato do presidente James Garfield, em 1881, quando uma sessão especial prevista para durar 11 dias levou 11 semanas após o Senado ficar travado em um impasse.
A divisão entre o número de parlamentares não voltou a ocorrer até 1953, quando o líder republicano Robert Taft morreu e foi substituído por um democrata. Na ocasião, o então vice-presidente Richard Nixon assumiu o papel de "juiz de desempate" até que outras mortes deram maioria aos democratas.
Em 2001, o fenômeno político tornou a ocorrer, com os democratas no controle durante 17 dias, quando Al Gore ainda era vice-presidente.
No dia 20 de janeiro, contudo, o republicano Dick Cheney fez o juramento para se tornar vice de George W. Bush e o equilíbrio de poderes no Senado se inverteu.
Ocorreram cerca de 250 votos de desempate tomados por vice-presidentes na história dos Estados Unidos, mas nenhum dos impasses ocorreu com Biden como líder do Senado. A situação similar mais recente ocorreu em 2008, quando Cheney deu o voto número 51 em favor de uma revisão orçamentária para cortar gastos do governo ao reduzir benefícios de trabalhadores.
O Senado dos EUA pode se dividir entre democratas e republicanos nas eleições da próxima terça-feira, em uma derrota do governo Barack Obama, que corre o risco de perder a maioria parlamentar nos últimos dois anos de mandato. Esse resultado, contudo, pode fazer com que o vice-presidente, Joe Biden, seja o grande vencedor nas urnas.
Como presidente do Senado, o segundo líder do Executivo do país tem o poder de dar o voto de Minerva em caso de empates, independentemente do partido que tem a maioria dentre os representantes. E essas situações são muito mais comuns quando o Senado está rachado exatamente ao meio.
Os republicanos já comandam a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos e precisam ganhar apenas seis assentos para controlar também o Senado, algo que as pesquisas de opinião indicam ser cada vez mais provável. Tendo de arrastar consigo a impopularidade de Obama, os democratas já estão se preparando para perdas ainda maiores nas urnas.
As esperanças do partido para evitar uma maioria republicana descansa em seis estados: Alaska, Arkansas, Georgia, Kentucky, Louisiana, New Hampshire e North Carolina. De perfil mais conservador, nessa porção do eleitorado a defesa dos democratas é mais difícil. Mas se os republicanos tomarem apenas seis assentos no Senado, Biden estará em posição-chave para a corrida eleitoral de 2016, ano em que ele já afirmou cogitar uma nova candidatura à Casa Branca.
Como líder do Senado, Biden poderá até mesmo superar a condição de "rock-star" construída pelos democratas para Hillary Clinton no próximo pleito. Por outro lado, isso também pode significar que Biden terá de se envolver em confrontos políticos complicados no Capitólio, e poderá perder alguns eleitores no meio do caminho.
Amigos e associados de Biden afirmam que ele iria saborear a oportunidade de brincar de rei no Senado. Biden passou quase quatro décadas envolto nas tradições da Câmara e retornar em uma posição de poder permitiria que o vice-presidente mostrasse a ex-colegas de que ainda é peça importante do jogo político.
Contra
Se Biden for forçado a exercer o voto de Minerva para apoiar políticas controversas como a lei sobre imigrantes, os republicanos muito provavelmente usarão esse voto contra ele em uma possível campanha presidencial.
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