O Senado do Chile rejeitou nesta terça-feira (16) o impeachment do presidente do país, Sebastián Piñera. Para a destituição ser aprovada na casa, seriam necessários dois terços dos votos, ou seja, 29 dos 43 senadores. Com 14 votos contra e uma abstenção, o impeachment já não tem como ser aprovado.
A Câmara dos Deputados havia dado sinal verde para o processo de impeachment na semana passada. Piñera era acusado por supostas irregularidades na venda de um projeto de mineração no Chile e de manter uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, conforme revelou a investigação jornalística conhecida como Pandora Papers.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), a venda do projeto deveria ser feita em três parcelas, mas a última estava condicionada a uma área não ser declarada de proteção ambiental, decisão que deveria ser tomada pelo presidente, o que geraria conflito de interesses, conforme apontou a acusação.
O chefe de governo, que é dono de uma das maiores fortunas do Chile, argumentou que se desvinculou dos negócios através de “blind trusts” em 2009, antes de chegar ao poder pela primeira vez, e que as informações que vieram à tona já tinham sido reveladas quatro anos atrás.
“Foi determinado que não havia nenhuma irregularidade e, além disso, foi estabelecida minha total inocência”, afirmou Piñera.
Esse foi o segundo processo de impeachment aberto contra o atual presidente chileno. Em novembro de 2019, o primeiro não avançou. Na época, eram investigadas supostas violações aos direitos humanos na repressão a protestos populares.
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