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Senado japonês aplaude fim da votação de medida polêmica | Toru Hanai/REUTERS
Senado japonês aplaude fim da votação de medida polêmica| Foto: Toru Hanai/REUTERS

O Senado do Japão aprovou na madrugada deste sábado (19) a lei que autoriza o envio de militares do país a ações ofensivas. Com isso, o país abandona o caráter pacifista que tinha desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A mudança era defendida pelo primeiro-ministro Shinzo Abe para fazer frente ao aumento do poder militar da China na Ásia. O projeto era energicamente criticado pela oposição e alvo de protestos da população japonesa.

Os senadores japoneses alteraram o artigo 9 da Constituição, que limitava a participação das Forças de Autodefesa a missões humanitárias durante guerras de aliados e em tropas de paz da ONU (Organizações das Nações Unidas).

Votação termina em pancadaria entre senadores japoneses; assista

Senadores da oposição e do governo do Japão se agrediram fisicamente nesta quinta-feira (17) durante a sessão de uma comissão do Senado para avaliar a lei que autoriza o envio de militares para conflitos no exterior.

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Agora, os japoneses poderão prestar apoio logístico se forem atacados, atuar em guerras de aliados ou em ações de segurança da ONU. Isso permitiria, por exemplo, que o país aderisse à coalizão dos EUA contra o Estado Islâmico.

O projeto foi aprovado em uma sessão de mais de dez horas que terminou após as 2h locais (14h de sexta-feira em Brasília). Durante a sessão, milhares de pessoas protestavam contra a medida.

A longa votação foi precedida por dois dias de tramitação tensa e discursos inflamados. Na quinta (17), senadores chegaram às vias de fato na sessão de uma comissão que deu o aval para a votação em plenário.

A briga começou quando os deputados da oposição tentaram apresentar uma moção para impedir a reinterpretação da lei feita pelo chefe de governo, que tem maioria no Senado.

Diante da rejeição da mesa, os opositores cercaram o presidente da comissão, que foi defendido por governistas. Os dois lados trocaram empurrões, socos e outros tipos de agressão física dentro da sala.

A sessão precisou ser interrompida em vários momentos devido à briga. Enquanto isso, os legisladores opositores bloquearam as portas e corredores em sinal de protesto contra a medida.

China

A mudança no caráter pacifista japonês é vista como uma forma de equilibrar as forças militares no Extremo Oriente diante do avanço bélico da China. Nos últimos anos, Pequim tem reforçado seu arsenal e ameaçado vizinhos.

Um exemplo da pressão chinesa é a disputa territorial com o Japão pelo controle das ilhas Senkaku/Diaoyu, no mar do Leste da China. O vizinho ainda anunciou uma zona de influência que inclui outros territórios disputados.

Além do Japão, países como Coreia do Sul e Filipinas também reclamam do aumento do poderio militar chinês. Por isso, a alteração da lei japonesa recebeu o apoio dos Estados Unidos.

Washington tem aumentado o número de exercícios militares com estes países e incentivado a uniões entre nações do Sudeste Asiático. Para os americanos, a China está começando a agir como uma força desestabilizadora da região.

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