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O presidente Franco com o general Luis Garcete durante visita a Curuguaty, onde ocorreu um massacre de sem-terra, em junho | Jorge Adorno/Reuters
O presidente Franco com o general Luis Garcete durante visita a Curuguaty, onde ocorreu um massacre de sem-terra, em junho| Foto: Jorge Adorno/Reuters

Sem consenso

Dividida, OEA vai monitorar as eleições paraguaias em 2013

EFE

Os países da Organização dos Estados Americanos (OEA) estão divididos em relação à crise política no Paraguai, apesar de o órgão ter decidido enviar uma missão para observar as eleições de 21 de abril de 2013.

Após quase quatro horas de debate, o Conselho Permanente da OEA fechou sem um consenso a nova sessão extraordinária sobre a situação do país sul-americano após o impeachment do presidente Fernando Lugo em um rápido julgamento político em junho deste ano.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, anunciou que recebeu um pedido do Paraguai para enviar uma missão ao país e que a tinha aceitado, uma decisão que não requer o consenso do Conselho Permanente.

Se os recursos da OEA permitirem, a delegação chegará ao Paraguai provavelmente em novembro, "seis meses antes das eleições", explicou Insulza aos jornalistas. Ela será liderada "por uma personalidade de alto nível de fora da organização, se possível, um ex-chefe de Estado".

A missão, além de supervisionar o processo eleitoral, deverá "promover o diálogo político e apoiar as reformas legais que possam evitar uma nova crise" no país, onde "persiste uma ruptura" entre o atual governo de Federico Franco e os que defendem a legitimidade de Lugo como chefe de Estado, afirmou Insulza.

O Senado do Paraguai rejeitou ontem, por ampla maioria, o ingresso da Venezuela no Mercosul, pedido que foi feito em 2006 pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. No Senado de 45 cadeiras, 31 senadores votaram contra a adesão da Venezuela, três votaram a favor e 11 não compareceram à sessão.

De acordo com o regulamento, a decisão não poderá ser revisada ou modificada, o que significa que a Venezuela nunca poderá fazer parte do Mercosul com a aprovação paraguaia, disse o presidente do Senado, Jorge Oviedo. Não houve reação do governo da Venezuela até o fechamento desta edição. No dia 24 de junho, dois dias após o Senado paraguaio destituir Lugo, a Venezuela suspendeu o envio de petróleo ao Paraguai.

A cúpula de presidentes dos países do Mercosul que ocorreu em 29 de junho,­­ na cidade argentina de Men­­doza, autorizou a incorpo­­ração da Venezuela ao Mer­­cosul, mas previamente suspendeu o Paraguai do bloco, por causa da destituição do ex-presidente Fernando Lugo, afastado em processo recorde no Senado do Pa­­ra­­guai em 22 de junho. O Pa­­raguai também está suspenso da União de Nações sul-americanas (Unasul).

A suspensão do Paraguai do Mercosul foi política e não econômica, mas irritou os partidos Liberal e Colorado, de centro-direita e direita, que atualmente controlam o Senado paraguaio e também a Presidência, após o im­­peach­­ment de Lugo.

Na semana passada, o presidente do Paraguai, Federico Franco, do Partido Liberal, chegou a propor um referendo para que a população paraguaia decida se o país quer continuar ou sair do Mercosul. A eleição presidencial foi confirmada para abril de 2013 e Lugo afirmou que não tentará concorrer. Chávez chamou Franco de "usurpador".

Entre os diplomatas do­­ Mercosul, a decisão do Se­­nado do Paraguai é vista como sem efeito real, considerando que o país estava suspenso quando foi oficializado o ingresso de Caracas.

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