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O Senado dos Estados Unidos deu sinal verde nesta segunda-feira para a continuidade do processo de confirmação da indicada pelo presidente Joe Biden para preencher uma vaga na Suprema Corte, Ketanji Brown Jackson, de tendência progressista.
Por 53 votos a favor e 47 votos contra, os democratas aprovaram a retirada da indicação de Jackson do Comitê Judiciário da Câmara Alta, onde pouco antes havia sido bloqueada devido a um empate entre seus apoiadores (11 democratas) e opositores (11 republicanos).
Em seguida, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, apresentou esta moção para avançar com o processo de indicação.
Após a aprovação da referida moção, o plenário da Câmara Alta não deve votar a confirmação do juiz até quinta ou sexta-feira desta semana.
Em princípio, a confirmação da magistrada não deve ter problemas no plenário, já que os 50 legisladores democratas disseram que votarão em bloco a seu favor, aos quais se somarão os republicanos Mitt Romney, Susan Collins e Lisa Murkowski.
Os democratas têm uma maioria estreita no Senado, com 50 cadeiras, contra 50 dos republicanos, embora tenham o voto de desempate da vice-presidente do país, Kamala Harris.
Durante as audiências na Comissão Judiciária, Jackson foi criticada por seu trabalho em defesa de acusados de porte de pornografia infantil. Também respondeu à senadora Marsha Blackburn, que pediu em audiência que ela definisse a palavra “mulher”, que não saberia definir porque "não é bióloga".
De qualquer forma, a confirmação de Jackson não mudaria a composição ideológica da Suprema Corte dos EUA, que, com seis juízes conservadores e três progressistas, está mais inclinada à direita do que em qualquer outro momento desde a década de 1930.