O Senado dos Estados Unidos desafiou nesta quinta-feira o presidente George W. Bush ao aprovar um projeto de fundos para guerra que estabelece a meta para retirar todas os soldados de combate americanos do Iraque dentro de um ano. Os senadores atrelaram o orçamento para operações militares no Iraque e no Afeganistão a um cronograma para a retirada. Washington já perdeu mais de 3.000 soldados no conflito. Atualmente, o maior desafio das tropas americanas é conter a crescente onda de violência sectária. Nesta quinta-feira, cem xiitas foram mortos em ataques com carros-bomba e homens-bomba . A ação aconteceu um dia depois de esquadrões da morte xiitas terem matado mais de 50 sunitas em suas residências em Tal Afar.
Por uma votação de 51 a 47, o Senado aprovou o projeto que Bush já prometeu vetar. O projeto requer que o presidente comece a retirada das tropas dentro de quatro meses e tente finalizá-la até 31 de março de 2008. A iniciativa foi agregada a um projeto de US$ 121,7 bilhões para financiar a maior parte das guerras do Iraque e do Afeganistão neste ano.
A Câmara dos Representantes aprovou o projeto na semana passada estabelecendo um prazo final obrigatório para a retirada em 1º de setembro de 2008. As duas Casas tentarão encontrar juntas um acordo antes de enviar o projeto para Bush no mês que vem.
A Câmara e o Senado esperam negociar uma carta de intenções até 16 de abril e aprovar esse compromisso na semana posterior.
O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que se opõe à estipulação de prazos para a saída das tropas de combate americanas do Iraque, pediu aos negociadores para que trabalhem rapidamente de forma que o Congresso leve isso ao presidente para "o inevitável veto".
Se isso ocorrer, os democratas não devem ter o apoio de dois terços na Câmara e no Senado para derrubar o veto.
Como resultado, o Congresso rapidamente teria de vir com uma nova lei sobre gastos de guerra, com os democratas apostando alto sobre a possibilidade de Bush enviar outra lei com as condições para a permanência das tropas no Iraque.
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