Obama garante pagamento de militares
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta segunda-feira (30) uma lei que permitirá que todos os militares continuem recebendo seus salários durante o fechamento do governo.
Obama assinou a lei sobre os militares, aprovada unanimemente no domingo pela Câmara dos Representantes e confirmada na segunda-feira pelo Senado.
A medida garante o pagamento dos militares ativos, da Guarda Litorânea e os civis e prestadores de serviço que dão apoio aos departamentos de Defesa e Segurança Nacional, durante o período que durar a paralisação temporária do governo.
No entanto, se estima que 50% dos 800 mil funcionários civis do Pentágono serão enviados para casa, muitos deles sem receber, enquanto durar a crise.
O Senado dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira (30) um plano de orçamento recém aprovado pela Câmara dos Representantes que teria evitado um fechamento temporário do governo à meia-noite em troca de atrasar a entrada em vigor de uma parte-chave da reforma da saúde, o que prolonga o bloqueio entre as duas casas.
Por 54 votos a favor e 46 contra, o Senado descartou a proposta e voltou a enviar à Câmara um plano que forneceria temporariamente fundos ao governo sem tocar na reforma da saúde. Se Câmara e Senado não chegarem a um acordo antes da meia-noite, parte do governo deverá fechar por falta de fundos.
A votação foi a segunda de hoje sobre o assunto no Senado e representa o fracasso da terceira tentativa dos republicanos da Câmara de solapar a reforma da saúde aprovada em 2010, aproveitando o debate sobre o orçamento.
Nesta ocasião, o plano consistia em atrasar durante um ano a entrada em vigor da parte mais importante da reforma, a que obrigará a todos os americanos contratar um seguro de saúde a partir de janeiro.
Além disso, a proposta proibia o governo de subvencionar os seguros médicos dos membros do Congresso e dos funcionários da Casa Branca, inclusive do presidente Barack Obama.
Obama telefonou hoje para os líderes republicanos nas duas câmaras e os advertiu que um orçamento que ameace a reforma de saúde "nunca será aprovado no Senado, nem se transformará em lei", segundo a Casa Branca.
A Câmara dos Representantes tem agora pouco mais de duas horas para decidir se aceita ou não a proposta "limpa", na qual insiste o Senado, ou seja, um orçamento que permita continuar financiando o governo e não inclua ataques contra a reforma da saúde.
O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, deixou claro durante a tarde de hoje que não está disposto a ceder.
"Não vou negociar", disse Boehner. "Direi ao presidente: isto não se trata de mim. Não se trata dos republicanos no Congresso. Trata-se de justiça para os americanos", acrescentou, ressaltando o "impacto devastador" da reforma da saúde.
A ala conservadora do partido republicano vê o debate sobre o fechamento do governo como sua melhor oportunidade para descarrilar a reforma da saúde, que se encontra em uma etapa crucial com a entrada em vigor, amanhã, da oferta de seguros médicos para todos os americanos.
Um fechamento do governo obrigaria a enviar para casa quase 800 mil funcionários durante o tempo que dure a falta de fundos e poderia custar mais de US$ 1 bilhão aos cofres públicos, segundo a Casa Branca. EFE
Obama fez apelo ao presidente da Câmara
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo nesta segunda-feira (30) ao presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, que apoie um projeto de lei para financiar o governo por seis semanas e que o vote rapidamente para evitar uma paralisação do governo em horas.
A Casa Branca informou que Obama, em conversa por telefone com o principal membro republicano do Congresso, pediu que Boehner pare com as tentativas da Câmara de atrelar a continuação do financiamento do governo à redução de verbas para a reforma do setor de saúde patrocinada por Obama, o obstáculo central que impede um acordo.
"O presidente deixou claro à liderança republicana que ela tem de agir, como o Senado fez, para aprovar o projeto que financia o governo por seis semanas e que não inclua nenhuma cláusula ideológica estranha", disse a Casa Branca em comunicado.
Obama pediu que a Câmara vote rapidamente um projeto do Senado que financia o governo, mas que não reduz as verbas da reforma da saúde, para "manter o governo funcionando e evitar uma paralisação", disse a Casa Branca.