O Senado dos Estados Unidos rejeitou nesta terça-feira (19) uma emenda bipartidária que buscava facilitar a mudança de presos de Guantánamo para o território americano para o seu julgamento ou para outros países para sua libertação, e também descartou outra proposta que paralisaria qualquer transferência de réus durante um ano.

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Por 52 votos a favor e 46 contra, os senadores descartaram uma proposta que estabelecia um processo para que alguns réus da base localizada em Cuba pudessem ser julgados nos Estados Unidos, uma possibilidade que até agora foi rejeitada por boa parte do Congresso.

A emenda, redigida pelo senador democrata Carl Levin e pelo republicano McCain, dava sinal verde às transferências só depois que a Administração entregasse um plano detalhado ao Congresso sobre onde seriam julgados os detidos, uma ideia que pretendia satisfazer aos legisladores mais críticos.

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Levin lembrou que manter os presos nos Estados Unidos é muito mais barato do que manter Guantánamo aberta.

O secretário de Defesa, Chuck Hagel, estima que cada preso de Guantánamo vai custar US$ 2,7 milhões aos EUA neste ano, enquanto um réu em uma prisão federal de segurança máxima custa US$ 34 mil, de acordo com uma carta dirigida ao congressista democrata Adam Smith.

No entanto, o senador republicano Saxby Chambliss retrucou que o custo de manter presos "indivíduos que rasgaram este país com os ataques terroristas de 11 de setembro (de 2001) não é realmente uma consideração importante para mim".

Chambliss e a senadora republicana Kelly Ayotte apresentaram outra emenda que também foi rejeitada hoje e que teria impedido que o governo transferisse qualquer preso de Guantánamo para os EUA ou outro país durante pelo menos um ano.

Ambas as emendas se juntariam a uma nova lei orçamentária de Defesa que é discutida esta semana no Senado, e que se concentra em propostas para reduzir os cortes automáticos no orçamento e acelerar o fechamento de Guantánamo.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu em maio a traçar um plano para a transferência de presos a países que já deram sinal verde para recebê-los. Mais da metade dos 164 presos do Guantánamo estão nessa situação.

No entanto, a maior dificuldade está nos 48 detidos que não podem ser libertados, por representarem um sério perigo para a segurança nacional; nem julgados, porque não existem provas suficientes contra ele ou então são evidências que foram conseguidas por meio de tortura.

Além disso, deve ser determinada a situação dos 16 detidos de "alto risco" que deveriam ser julgados em território americano se Guantánamo for fechada.