O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira uma emenda que propõe o fim do crédito fiscal de 45 centavos de dólar por galão de etanol, assim como a eliminação da tarifa de 54 centavos por galão sobre o etanol importado.
A emenda para acabar com os incentivos ao etanol passou por 73 votos a 27, mas será incluída em um projeto de lei que enfrentará dificuldades para ser aprovado no Senado.
A Casa Branca afirmou ser contra a 'revogação imediata' do incentivo federal para o etanol.
O fim da tarifa ao etanol é uma antiga reivindicação da indústria brasileira, que vê a medida como uma oportunidade de ampliar suas exportações, embora atualmente as usinas tenham dificuldade de abastecer até mesmo o mercado interno, mais atraente do que as vendas externas.
Na terça-feira, uma proposta legislativa para eliminar os créditos tributários ao etanol nos Estados Unidos, assim como a tarifa, não foi aprovada no Senado norte-americano, o que eliminaria uma ajuda ao setor de 6 bilhões de dólares por ano.
Ao mesmo tempo, a Câmara dos EUA votou (283 a 128 votos) nesta quinta-feira para impedir o Departamento de Agricultura de financiar a construção de tanques e misturadores de etanol em postos de combustíveis.
A indústria busca o financiamento para poder vender gasolina com uma maior mistura do biocombustível.
Na opinião do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, a decisão do Senado dos EUA é um 'passo extraordinário na direção correta', que, para ele, consiste na 'eliminação total do protecionismo' praticado pelo governo norte-americano.
'O que assistimos hoje é uma primeira e importante vitória, embora não possamos ainda afirmar que ganhamos a guerra. Não há dúvidas que se trata de um grande avanço em direção a um mercado mais livre para os biocombustíveis no mundo, particularmente o etanol produzido a partir de cana-de-açúcar', afirmou Jank.
Mas ele ponderou que uma eventual abertura do mercado dos Estados Unidos para o etanol brasileiro ainda deve levar um bom tempo para se concretizar.
'Podemos perfeitamente planejar nosso crescimento para atender as oportunidades de mercado que vão surgir ao longo desta década, tanto dentro quanto fora do Brasil. Neste momento, nossa prioridade continuará sendo o abastecimento do mercado doméstico, para atender o crescimento acelerado de demanda, puxada pela ampliação da frota de carros flex.'
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