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Fraude fiscal

Senado italiano cassa mandato do ex-premiê Silvio Berlusconi

 | Fotos: Alessandro Bianchi/Reuters
(Foto: Fotos: Alessandro Bianchi/Reuters)
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O Senado italiano cassou ontem o mandato de senador do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal no processo conhecido como Mediaset. O partido de Berlusconi, Força Itália, tinha apresentado uma moção para que o voto fosse realizado com escrutínio secreto. Entretanto, o presidente do Senado, Piero Grasso, rejeitou o pedido e a votação foi aberta.

Com a cassação do mandato, Berlusconi perdeu a imunidade parlamentar e poderá sofrer limitações de sua liberdade pessoal provocadas pela condenação. "Hoje é um dia amargo e de luto para a democracia", alegou Berlusconi em um comício realizado em frente a sua residência em Roma, o Palácio Grazioli, poucas horas antes da votação no Senado.

"Essa é uma sentença que grita justiça perante Deus e os homens. O Judiciário quer a via judiciária ao socialismo contra o capitalismo burguês", afirmou o ex-primeiro-ministro discursando em frente a seus partidários. "Quando a esquerda não chega ao poder [pelas urnas] o Judiciário faz de tudo para fazê-la voltar".

Berlusconi garantiu que "continua em campo". "Nós não vamos nos retirar em algum convento. Estamos aqui e permaneceremos aqui", afirmou o ex-primeiro-ministro, convocando uma manifestação em protesto para o dia 8 de dezembro.

Consequências

Com a decisão, a imprensa italiana decretou o fim dos "vinte anos da era Berlusconi". Após 7.162 dias atuando como parlamentar, entre mandatos de deputado e senador, Silvio Berlusconi foi expulso do Parlamento italiano.

Sem mandato, o magnata perde a imunidade e corre o risco de ser preso em decorrência de processos nos quais está envolvido. Além disso, Berlusconi está prestes a ficar também sem o título de Cavaliere do Trabalho, uma das condecorações mais altas da Itália.

Pelas leis italianas, Ber­lusconi responde agora à justiça comum e pode ser preso caso algum juiz determine medida de restrição cautelar à sua liberdade pessoal. Para os advogados do ex-premiê, essa seria uma "hipótese irreal e absurda".

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