Presidente paraguaio Fernando Lugo (esquerda) ao lado do presidente do Congresso, Miguel Carrizosa, durante entrevista sobre a medida aprovada para combater a violência no norte do país| Foto: Reuters

O Senado paraguaio aprovou na quinta-feira por ampla maioria um projeto de lei que declara estado de exceção no norte o país, para reforçar a operação de busca de um suposto grupo guerrilheiro de esquerda.

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A lei, solicitada pelo governo e aprovada com mudanças, permite que o Poder Executivo prenda e transfira pessoas sem mandado judicial, e proíba ou restrinja reuniões públicas e manifestações.

O Senado, dominado pela oposição, rejeitou uma iniciativa enviada horas antes pelo presidente Fernando Lugo, mas aprovou outra semelhante, com modificações, que será discutida na sexta-feira na Câmara.

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O projeto alternativo, de autoria do senador oposicionista Marcelo Duarte, declara estado de exceção nos Departamentos de San Pedro, Concepción, Amambay, Alto Paraguay e Presidente Hayes, limítrofes com Brasil e Bolívia, por um prazo de 30 dias.

Na quarta-feira, um policial e três civis foram mortos numa emboscada do grupo que se intitula Exército do Povo Paraguaio, que opera em áreas com vegetação de difícil acesso, nas quais coexistem fazendas voltadas para a pecuária e para o cultivo de maconha.

Lugo se reuniu com o presidente do Congresso, Miguel Carrizosa, e com líderes partidários para discutir a declaração do estado de exceção, mecanismo que era usado com frequência durante os 35 anos da ditadura de Alfredo Stroessner.

O presidente suspendeu uma visita que faria na quinta-feira à Bolívia e determinou uma intensa mobilização militar e policial no norte.

Segundo autoridades paraguaias, vários integrantes do grupo foram treinados ou ajudados pela guerrilha colombiana Farc. O governo ainda considera o bando como uma quadrilha comum, mas teme que se torne uma guerrilha semelhante às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)

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Seus membros são apontados como responsáveis por pelo menos quatro sequestros desde 2001, o último deles de um pecuarista libertado no começo do ano após três meses de cativeiro.

O Exército do Povo Paraguaio estaria integrado por cerca de cem pessoas, que reivindicam a luta armada como forma de mudar o sistema político-econômico. Suas operações ocorrem em áreas onde o Estado está praticamente ausente.

O último estado de exceção no Paraguai ocorrera em 2002, durante manifestações violentas contra o governo de Luis González Macchi.

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