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Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) decidiu realizar audiências públicas na cidade de Foz do Iguaçu, Oeste no Paraná, para discutir com a comunidade local os problemas da tríplice fronteira, incluindo as denúncias de supostas ligações da região com o terrorismo internacional, como mostrou as reportagens do jornal O Globo. publicadas nesse domingo. A reportagem informa que há mais de 50 investigações em curso na região da fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina sobre o financiamento do terrorismo e que os EUA chegaram a cogitar um ataque à região logo após o 11 de setembro.

O requerimento para as audiências foi aprovado na semana passada e, de acordo com o presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (PFL-PI), a idéia é ouvir da própria comunidade o que está acontecendo, para, a partir daí, desenhar possíveis soluções para a segurança e estabilidade da região, que abriga uma grande comunidade árabe.

— Queremos ouvir o que a comunidade tem a dizer. Esse assunto tem de ser aprofundado — afirmou.

Já o Ministério das Relações Exteriores informa que os três países da tríplice fronteira mantêm diálogo permanente com os Estados Unidos desde o início da década, com troca de informações e investigações para detectar atividades ilegais e a possibilidade de vinculação das comunidades árabes que vivem na região com o financiamento do terrorismo internacional.

"Durante todo esse período foram buscadas evidências que respaldem essa tese de que a região é foco de apoio ao terror e essas evidências nunca foram apresentadas" afirmou em nota a assessoria do MRE.

Lafer disse nunca ter ouvido falar do plano dos EUA

A assessoria lembra que, em dezembro passado, começou a funcionar em Foz de Iguaçu um Centro Regional de Inteligência, com funcionários da Polícia Federal brasileira, argentina e paraguaia, para aprofundar a cooperação na área de segurança pública entre os três países e as investigações de atividades ilegais na região. Destaca ainda que depois dos atentados de 11 de Setembro foi criado um grupo chamado de 3 + 1 com representantes de Brasil, Argentina, Paraguai e EUA para tratar especificamente do combate ao terrorismo na América do Sul.

O ex-ministro Celso Lafer — que na época subseqüente aos atentados de 11 de Setembro detinha a pasta das Relações Exteriores, quando os EUA teriam cogitado um ataque à tríplice fronteira — afirmou neste domingo nunca ter ouvido falar no plano. Lafer disse ter recebido a reportagem do Globo deste domingo com "grande desconforto".

— Claro que olhei para isso com grande desconforto. Mas também é certo que o pessoal desta área trabalha cenários e hipóteses — disse.

De acordo com Lafer, em várias ocasiões os americanos manifestaram preocupação com a tríplice fronteira mas nunca apresentaram provas que justificassem uma ação.

Na mira, de novo

Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos miram seu olhar para tríplice fronteira. Confira a seguir, reportagens de 2006 na qual o governo americano levanta suspeitas sobre a comunidade árabe, na região, de envolvimento e patrocínio de atos terroristas.

07/12/2006: Combate ao Hezbollah volta à tríplice fronteira

08/12/2006: Tríplice Fronteira discorda dos EUA

08/12/2006: Comunidade árabe em silêncio

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