O Tribunal do Departamento de Pando, na Bolívia, condenou hoje (26) a um ano de prisão o senador Roger Pinto. O parlamentar, que está abrigado há mais de um ano na embaixada do Brasil em La Paz, foi acusado de violações da Constituição, não cumprimento de deveres e dano econômico.
O senador boliviano responde a outros 18 crimes, todos relacionados com a administração pública. Ele diz que é perseguido pelo governo do presidente Evo Morales e, por isso, pediu asilo diplomático ao Brasil, mas não pode sair da embaixada por não ter um salvo-conduto de La Paz.
Segundo a Promotoria de Pando, há provas suficientes para declarar o senador culpado pela liberação sem autorização de 11 milhões de bolivianos (R$ 3,5 milhões) da Zona Franca de Cobija, a qual presidia, para a Universidade Amazônica de Pando, em 2000.
Para a entrega da verba, era necessária autorização do Ministério da Fazenda, o que a Promotoria diz que não foi feito. Pinto disse que a verba foi enviada de forma regular pela zona franca, após aprovação em um corpo colegiado.
Hoje, a filha do senador, Denisse, disse que a condenação prejudicará as negociações entre La Paz e Brasília pelo salvo-conduto. "É uma resposta automática do governo à perseguição que vem fazendo contra meu pai e acreditamos que é simplesmente uma situação para o governo não entregar o salvo-conduto."
Ela negou que o pai tenha cometido o delito no envio dos recursos, na medida em que estes foram usados para a criação de várias carreiras. A filha de Pinto pediu ao Itamaraty uma análise minuciosa da condenação para que depois avalie a continuidade das negociações pela saída de seu pai.